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Olhar Olímpico

Ledecky ganha seu 12º ouro e se torna, aos 20 anos, a maior campeã da história da natação

Demétrio Vecchioli

25/07/2017 13h04

Ledecky sorri após a conquista do ouro nos 1500m livres no Mundial de Budapeste (Foto: Darko Bandic/AP)

Seria impreciso dizer que Katie Ledecky colocou seu nome na história da natação nesta terça-feira. O nome da norte-americana já está lá faz tempo. Nesta tarde, porém, ela escreveu um novo capítulo dessa saga. Ao vencer os 1.500 metros livre no Mundial de Budapeste, na Hungria, tornou-se, aos 20 anos, a mulher com mais medalhas de ouro na história dos Mundiais de Natação.

Aliás, absolutamente todas as 12 medalhas de Katie em Mundiais são de ouro, porque ela nunca perdeu uma prova. Venceu quatro em Barcelona, em 2013, cinco em Kazan, em 2015, e deverá ganhar seis em Budapeste. Por enquanto, tem três, dos 400m livre, do revezamento 4x100m livre e, agora, dos 1.500m. Logo mais ela nada a semifinal dos 200m livre, prova na qual é campeã mundial e olímpica.

Depois de quatro medalhas de ouro e uma prata na Rio-2016, Ledecky veio a Budapeste com a meta de conquistar seis de ouro. Por enquanto, tudo está dentro dos planos. Vice-campeã com a equipe dos EUA na Olimpíada, ela ganhou o 4x100m livre no domingo e garantiu a medalha mais difícil. Nesta terça, ganhou os 1.500m livre, prova que não estava no programa olímpico no Rio, mas que que será olímpica em Tóquio.

Na final desta terça na Buda Arena, Ledecky não teve rivais nem nos primeiros 15 metros. Ela já saiu da água com quase um corpo de vantagem sobre as rivais, meras mortais perto do fenômeno americano. Prova mais longa da natação, os 1.500m não empolgam o público e a sensação na torcida sempre é de que as nadadoras estão passeando na piscina. E, com Ledecky, essa sensação aumenta. Afinal, disputa, só pela prata, que ficou com a espanhola Mireia Belmonte, que chegou 19 segundos depois de Ledecky, que completou em 15min31s82.

Ao conquistar sua 12.ª prova em Mundiais, Ledecky deixa para trás sua antecessora no posto de grande nome da natação mundial, Missy Franklin, que ganhou 11 ouros entre os Mundiais de Xangai, em 2011, e Kazan, em 2015, senso seis só no Mundial de Barcelona. Franklin, que nem tentou vaga para Budapeste e só ganhou uma medalha no Rio, em revezamento, ainda tem outras cinco medalhas, de prata e bronze.

Yang de novo – Entre os homens, deve demorar para aparecer alguém para superar Michael Phelps como recordista de medalhas. Aliás, também para alcançar Ryan Lochte. Mas o quarto lugar do ranking tem um novo dono. O chinês Sun Yang venceu nesta terça-feira sua segunda prova em Budapeste, os 200m livre, e garantiu sua nona medalha de ouro em Mundiais, a primeira em provas de 200m – ele se consagrou como fundista. Na Rio-2016, ele já havia ganhado o ouro na distância.

Com 14 medalhas, sendo 12 em provas individuais e só duas em revezamentos, Yang só fica atrás das 33 medalhas de Phelps (26 de ouro), das 27 de Lochte (18 de ouro) e das 19 do australiano Grant Hackett. Até esta terça, Yang aparecia empatado com o australiano Ian Thorpe e agora se igualou ao alemão Michael Gross, que brilhou entre 1982 e 1991.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.