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Olhar Olímpico

Adriana Araújo é mais uma a abandonar o boxe olímpico e virar profissional

Demétrio Vecchioli

18/05/2017 04h00

Esquiva Falcão, Yamaguchi Falcão, Robson Conceição. Um por um, os brasileiros medalhistas no boxe olímpico migraram para o boxe profissional. E a próxima a dar esse passo é Adriana Araújo, que tem sua estreia marcada para o próximo dia 17 de junho. Aos 35 anos, a baiana acredita que já deu tudo que tinha que dar para o esporte olímpico.

"Meu objetivo com o boxe olímpico foi até a Olimpíada Rio-2016. Em seguida o próximo foco era passar para o profissional e agora a oportunidade surgiu", conta Adriana, medalhista de bronze na categoria até 60kg na estreia do boxe feminino no programa olímpico, em Londres.

As duras críticas que ela fez ao presidente da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) depois de ganhar a medalha, reclamando de ter que treinar em São Paulo e não em Salvador, onde reside, fizeram Adriana ser cortada da seleção em 2013. O Ministério do Esporte agiu para acabar com as desavenças, Adriana voltou à equipe, mas nunca mais lutou no mesmo nível. Nos Jogos do Rio, ela perdeu logo na estreia para a finlandesa Mira Potkonen, em decisão dividida dos árbitros.

Após aquela luta, afirmou que não faria mais uma campanha olímpica, mas não sabia o seu futuro. Treinada por Luis Dórea, técnico que já trabalhou com diversos dos melhores brasileiros do MMA, ela chegou a especular seguir para os octógonos. Agora, diz que não tem interesse no MMA.

No boxe, a ideia é chegar o mais rápido possível a uma disputa de cinturão. "Eu e a minha equipe vamos trabalhar para isso. Nosso foco é o título mundial, mas tudo vai depender de como as coisas vão acontecer após a minha estreia", diz Adriana, que é agenciada pelo próprio Dórea.

A estreia profissional será em Sorocaba, no interior de São Paulo, contra a também brasileira Elaine Albuquerque, mas Adriana tem planos ambiciosos e planeja lutar nos Estados Unidos ainda esse ano. Enquanto isso, ela segue se mantendo com a bolsa oferecida pelo governo da Bahia aos atletas olímpicos do estado: R$ 10 mil.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.