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Olhar Olímpico

Zé Roberto convoca seleção sem base olímpica e vai testar Gabi como líbero

Demétrio Vecchioli

16/05/2017 15h03

O técnico Zé Roberto Guimarães anunciou nesta terça-feira a primeira convocação da seleção brasileira feminina de vôlei para o novo ciclo olímpico, repleta de novidades. Figurinhas carimbadas nos últimos anos, Jaqueline e Fabíola não foram convocadas, ainda que estivessem disponíveis. Dani Lins e Fernanda Garay pediram para não serem chamadas para a seleção este ano, pensando em questões pessoais, Sheila tirou um ano sabático, enquanto que Fabiana e Camila Brait se aposentaram da seleção. Como Thaisa está machucada, a equipe perde praticamente toda sua base. Gabi, destaque do Rexona na conquista da Superliga, pediu para ficar fora de um torneio amistoso na Suíça e só se apresenta para o Grand Prix.

Por isso, Zé Roberto teve que apostar em novos nomes. Entre as 24 convocadas para o Grand Prix estão a levantadora Juma (Bauru), as centrais Valquiria (Bauru) e Saraelen (reserva do Vôlei Nestlé), a oposta Bia (também do Vôlei Nestlé) e as ponteiras Amanda (Brasília), Edinara e Fernanda Tomé (São Caetano).

Mas a grande novidade foi a convocação da ponteira Gabi, do Vôlei Nestlé, para atuar como líbero. "Eu tive uma conversa com ela e uma opção que foi dada foi que era virasse na seleção líbero. Ela reúne totais condições de fazer essa condição, tem uma personalidade fora do comum, atitude, é excepcional jogadora. Como ponteira ela é tecnicamente excepcional, mas baixa para a posição. Ela aceitou o desafio, vai jogar no clube como ponteira, mas seleção ela vai fazer o ciclo como líbero", explicou o treinador.

Ele também explicou por que convocou a veterana Juciely, de 37 anos. "Ela é um exemplo de dedicação e atitude. Merece ser convocada pelo que apresentou na Superliga e no Mundial de Clubes. Acho que a gente não pode de maneira nenhuma fechar questão em uma jogadora como ela. Tem muitos cuidados com a saúde, cabeça excepcional. Por isso acho que merece estar entre as convocadas", justificou.

Zé Roberto lamentou a decisão de Camila Brait de se aposentar da seleção depois do corte antes dos Jogos Olímpicos do Rio e não descartou convocar Jaqueline e Fabíola ainda nesta temporada – depois do Grand Prix, a seleção joga o Sul-Americano e a Copa dos Campeões.

"A Brait é uma grande jogadora. Essa situação de corte é muito desagradável e muito ruim. Eu também já fui cortado muitas vezes e chorei muito, faz parte do aprendizado, da luta pela posição. Acho uma pena a Camila, mas é uma decisão dela", disse o treinador, antes de falar de Jaqueline e Fabíola. "Eu conheço a elas bem. Se a gente não der oportunidade para essas jogadoras mostrarem o que elas podem dar, a gente nunca vai descobrir", argumentou. Durante a coletiva, ele bateu na tecla da necessidade de dar experiência a esse grupo renovado.

Confira as convocadas:

Levantadoras: Roberta (Rexona), Naiane (Minas), Juma (Bauru) e Macris (Brasília)

Centrais – Adenizia (Savino Volley-Itália), Ana Beatriz (Vôlei Nestlé), Carol (Rexona), Mara (Minas), Juciely (Rexona), Valquiria (Bauru) e Saraelen (Vôlei Nestlé)

Opostas – Monique (Rexona), Tandara (Vôlei Nestlé)e Ana Paula (Vôlei Nestlé)

Ponteiras – Natália (Fenerbahçe-Turquia), Gabi (Rexona), Rosamaria (Minas), Drussyla (Rexona), Amanda (Brasília), Edinara (São Caetano) e Fernanda Tomé (São Caetano)

Líberos – Léia (Minas), Suelen (Bergamo-Itália) e Gabi (Vôlei Nestlé)

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.