Até 'seleção do Peru' ganha direito de votar na eleição da CBDA
A diretoria da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) mudou, mas a eleição da entidade, marcada para o próximo dia 9 de junho, continua marcada por polêmica. Nesta terça-feira, o Diário Oficial da União traz a lista de todos os clubes aptos a votar e inclui a "seleção do Chile", a "seleção do Peru" e outras equipes regionais, como as seleções da Bahia, do Rio, de Goiás e de Minas Gerais, dando voto duplicado às respectivas federações estaduais. Até um clube do Peru, o Madre de Dios, tem direito a votar.
O edital de convocação da assembleia geral da CBDA foi assinado por Gustavo Licks, especialista em recuperação judicial que, desde a saída de Coaracy Nunes, em março, é o interventor judicial da confederação. Alegando estar atendendo o que diz a lei, foi Licks quem decidiu dar aos clubes o poder de votar para escolher o próximo presidente. Assim, pela lista publicada nesta terça, têm direito a voto as 27 federações estaduais, o representante dos atletas e 222 supostos clubes.
Supostos porque a lista inclui as seleções nacionais e estaduais citadas acima e também empresas que não são filiadas a nenhuma federações estadual. É o caso da Villarinho Treinamentos Esportivos LTDA, que pertence aos pais do nadador de maratonas aquáticas Diogo Villarinho – a própria publicação do Diário Oficial detalha que ela é "LTDA", uma sociedade empresarial limitada. Já a Trifoz Triathlon Team aparece duplicada na lista, com dois nomes diferentes.
Em entrevista ao Olhar Olímpico, o interventor da CBDA admitiu que houve erro na listagem. "A questão das seleções, realmente tem que retificar. Acabou vindo de forma errada do cadastro, porque elas participaram de competições", afirmou. De acordo com Licks, ele pediu que os departamentos técnicos de cada modalidade listassem os clubes que participaram de torneios nacionais no ano passado.
Licks afirma que todos eles terão direito a voto na eleição que vai ocorrer daqui a um mês, seguindo o que manda a Lei Pelé. Na eleição convocada por Coaracy em março e suspensa pela Justiça, só teriam direito a voto as 27 federações estaduais e a Comissão de Atletas (com 1/6 de voto). A formação dessa Comissão de Atletas, todos nomeados pelo próprio Coaracy, foi o que levou a Justiça a cancelar o pleito, após liminar pedida pela nadadora Joanna Maranhão.
Agora, o interventor confia que a CBDA conseguirá identificar em um mês todos os clubes com direito a voto. Segundo ele, caberá às federações estaduais atestarem se os respectivos clubes de fato estão com a situação cadastral regular. "A conferência é obrigação das federações estaduais. Isso é obrigação deles. Não sou eu que tenho que sair correndo atrás de cada um dos clubes".
Questionado sobre empresas que aparecem listadas como clubes, Licks afirmou que os representantes deverão comparecer para votar com estatuto e ata de eleição. Sem isso, não haverá como votar. Já com relação a clubes que por ventura tenham sido omitidos na listagem, o interventor recomenda que os mesmos procurem a CBDA para que o erro seja corrigido.
Ainda assim, pode haver questionamento judicial. O Clube Jundiaiense, de Jundiaí (SP), por exemplo, participou do boicote do polo aquático às competições da CBDA, mas jogou as competições da liga Polo Aquático Brasil (PAB). A CBDA não reconhece o torneio, mas o Ministério do Esporte sim – tanto que os campeões da PAB terão direito a Bolsa Atleta.
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