Órgão que administra legado vira reduto de aliados de Picciani e Maia

(Valter Campanato/ Agência Brasil)
A Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), criada para gerir a estrutura construída para os Jogos Olímpicos do Rio, se tornou um reduto de aliados dos clãs Picciani e Maia. O ministro Leonardo Picciani (PMDB-RJ), filho do presidente da Alerj Jorge Picciani (PMDB-RJ), tem nomeado figuras próximas a ele, ao seu pai e também ao ex-prefeito Cesar Maia, que por sua vez é pai do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O grande número de aliados do PMDB foi revelado nesta quita-feira pela repórter Carla Araújo, do jornal O Estado de S. Paulo e do Estadão Conteúdo. A reportagem trouxe uma lista de pessoas ligadas a Picciani ou ao PMDB do Rio que foram recentemente nomeadas. O Olhar Olímpico foi procurar mais nomes e encontrou um aliado de primeira hora de Eduardo Paes e um ex-chefe de gabinete de Cesar Maia.
Washington Vicente Nascimento, mais conhecido como "Prof Uoston", foi vereador do Rio por três mandatos, de 2004 a 2016, sendo derrotado na eleição do ano passado. Em 2013, a Veja fez um perfil do político, professor de ensino médio, tratado pela revista como "O homem de Eduardo Paes na CPI dos Ônibus". A reportagem contava que "Uoston tem em Jorge Picciani, presidente do PMDB no Rio, o principal apoio dentro da legenda". Passados quatro anos, ele ganhou no mês passado o cargo de superintendente na AGLO, com um salário bruto de R$ 18 mil.
Ontem (3), outro ex-vereador do Rio foi nomeado por Picciani: Alexandre Cerruti. Em março do ano passado, o Extra contou que ele chegava ao comando da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio, nomeado por Eduardo Paes, por indicação do clã Maia. A matéria lembrava que Cerruti, vereador por quatro mandatos, "foi um dos poucos políticos que não abandonou nem traiu o chefe (Cesar Maia) quando ele deixou o poder". O ex-vereador vai ganhar R$ 20 mil no novo cargo: diretor técnico da AGLO.
A reportagem do Estadão já havia mostrado que dois candidatos derrotados à Câmara Municipal do Rio haviam sido nomeados. Um deles, Fábio José Mamedio, que ocupou cargo de chefe da Representação Estadual no Rio do Ministério do Esporte, agora é superintendente da AGLO. O blog levantou que, antes de trabalhar no Ministério, ele estava na Assembleia Legislativa do Rio, nomeado por Jorge Picciani.
O outro candidato a vereador citado pelo Estadão é Luciano Felipe de Carvalho Rodrigues, do Partido Novo, nomeado assessor do órgão com salário de R$ 18 mil. O blog chegou também ao nome de Raphael Freire da Silva, que já foi candidato a vereador em Petrópolis.
A reportagem de hoje do Estadão mostra que o empresário Pedro Paulo Ribeiro Gomes Sotomayor, apresentado como amigo do ministro, foi nomeado para a diretoria executiva da AGLO com salário de R$ 21 mil. O blog apurou que ele já era funcionário comissionado do ministério desde agosto do ano passado e teve um bom aumento salarial para assumir o novo cargo – ganhava R$ 12 mil.
Ainda segundo o Estadão, Bruno Feitosa Barboza, que foi vice de Picciani na Secretaria de Estado de Habitação do Rio, em 2010, agora é diretor técnico da AGLO, com salário de R$ 20 mil. Outro ex-colega de Picciani na Secretaria de Habitação, Jeangelo Machado Cardoso virou assessor da AGLO, ganhando R$ 18 mil.
Em dois casos, ainda pelo que mostrou o Estadão, Picciani deu cargos a companheiros de funcionários de confiança seus: Renato Cavalcanti Nisenson, marido da sua chefe de gabinete Raquel Nogueira da Motta, e Graciela Soares Vizzotto Marcondes, casada com o consultor jurídico do Ministério do Esporte Tamoio Athayde Marcondes.
Em resposta ao Estadão, o Ministério do Esporte alegou que as pessoas nomeadas "têm currículos compatíveis com as competências exigidas para o exercício das funções na autarquia".
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