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Olhar Olímpico

COI e Airbnb fecham mega-acordo em movimento para baratear Jogos

Demétrio Vecchioli

18/11/2019 12h55

O Comitê Olímpico Internacional (COI), o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) e o Airbnb confirmaram nesta segunda-feira (18) um mega-acordo de patrocínio válido até os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2028, em Los Angeles (EUA). Serão cinco edições olímpicas no período, considerando também os Jogos de Inverno, e um aporte total de US$ 500 milhões entre repasses financeiros e permutas.

"Esta parceria inovadora sustenta a estratégia de garantir que a realização dos Jogos Olímpicos seja sustentável e deixe um legado para a comunidade anfitriã. Com a ajuda do Airbnb, também criaremos novas oportunidades para atletas de todo o mundo desenvolverem seus próprios fluxos de receita através da promoção da atividade física e dos valores olímpicos", disse Thomas Bach, presidente do COI.

O acordo é histórico por uma série de fatores, a começar por se encaixar na Agenda 2020, compromisso do COI em reduzir o custo que uma cidade-sede tem ao organizar os Jogos Olímpicos. Via Airbnb, o comitê passa a considerar também moradias tradicionais, alugáveis, na oferta de leitos durante uma Olimpíada, reduzindo a necessidade de construção de quartos em hotéis.

"O Airbnb e o COI têm um histórico robusto de organizar e receber os maiores eventos do mundo. Nossa parceria olímpica garantirá que os Jogos sejam os mais inclusivos, acessíveis e sustentáveis que já tivemos, e deixará um legado positivo duradouro para atletas e comunidades anfitriãs", afirma Joe Gebbia, cofundador do Airbnb. 

O contrato emula uma parceria já firmada no Japão durante a Copa do Mundo de Rúgbi, que terminou recentemente. Anfitriões do Airbnb em todo o país receberam mais de 650 mil viajantes durante o torneio, movimentando mais de US$ 70 milhões com hospedagens. No Rio, em 2016, a plataforma do Airbnb viabilizou o equivalente a 257 hotéis para os hóspedes dos Jogos.

No curto prazo, a parceria pode resolver um problema crônico dos Jogos de Tóquio: a falta de ofertas de quartos com acessibilidade para portadores de deficiências. Há menos leitos de hotel adaptados do que o número necessário para organizar a Paraolimpíada e o incentivo do governo japonês foi insuficiente para convencer redes hoteleiras a fazer as obras necessárias. Com o Airbnb, o número de leitos acessíveis vai crescer.

"Essa fantástica parceria com o Airbnb vai trazer enormes vantagens para o movimento paraolímpico, criando criando oportunidades de receita e acomodação para atletas paraolímpico e dando ao IPC a oportunidade de trabalhar com a comunidade global do Airbnb para obter acomodações acessíveis em todo o mundo. A filosofia do Airbnb também apóia o trabalho que o IPC está realizando para promover os objetivos de desenvolvimento sustentável, criando um mundo mais inclusivo para todos", declarou o brasileiro Andrew Parsons, presidente do IPC.

O acordo também é histórico por trazer benefício direto aos atletas, algo que contratos com outros parceiros globais do COI e do IPC falhavam em oferecer. Os comitês internacionais vão disponibilizar pelo menos US$ 28 milhões em acomodações do Airbnb durante o período da parceria para atletas  que estiverem viajando para competir ou treinar. Além disso, a plataforma vai criar um programa específico para que atletas sirvam de anfitriões de experiências, gerando renda extra para eles. 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.