Esporte mais que dobra repasse ao Exército para cuidar do legado olímpico
Enquanto não define o que fazer com o Parque Olímpico da Barra, abandonado depois do fim da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), a Secretaria Especial do Esporte enfim assinou um Termo de Execução Descentralizada (TED) para repassar R$ 58 milhões ao Exército. Com o dinheiro, os militares devem administrar e conservar as instalações do Parque Olímpico de Deodoro que estão sob responsabilidade do governo federal.
Em Deodoro, o chamado Parque Radical, que tem a pista de BMX e o canal de canoagem slalom, pertence à prefeitura do Rio. Já à União coube cuidar das instalações militares, como o centro de tiro esportivo e o de hipismo, além de equipamentos como a Arena Coronel Wenceslau Malta (chamada Arena da Juventude durante a Olimpíada) e os campos de hóquei sobre a grama e de rúgbi.
Nos últimos dois anos coube à AGLO centralizar o orçamento relativo à gestão do legado olímpico, mas ela repassava recursos ao Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx) para que este, por meio de um termo de cooperação, cuidasse dos equipamentos de Deodoro.
Em abril do ano passado, a AGLO repassou R$ 26,3 milhões à CCFEx por meio de um TED, para um contrato de um ano, que deveria ter sido renovado no início de 2019. O Ministério da Cidadania, porém, protelou a renovação, o que gerou incômodo entre os militares.
O TED só foi assinado na semana passada, para um acordo de 18 meses. O valor chama atenção: R$ 58 milhões, mais do que o dobro do montante que foi repassado em abril do passado e que cobriu as despesas até outubro de 2019 – o que também dá 18 meses. Em apresentação na Câmara dos Deputados, o secretário especial do Esporte, general Décio Brasil, chegou a apresentar uma previsão de repasse de R$ 32 milhões em 2019, sem informar o tempo de contrato.
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