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Olhar Olímpico

Bia Ferreira vence russa e assegura medalha no Mundial de Boxe

Demétrio Vecchioli

10/10/2019 11h25

Bia Ferreira comemora vitória que deu a ela medalha no Mundial

Bia Ferreira vai se juntar a Roseli Feitosa, Ana Paula Lúcio dos Santos e Clelia Costa no grupo das brasileiras que têm medalhas em Mundiais Femininos de Boxe. Grande aposta do Brasil para os Jogos Olímpicos de Tóquio, a baiana radicada em Juiz de Fora (MG) assegurou um lugar no pódio da competição que está sendo disputada em Ulan-Ude, na Rússia. No boxe, os Mundiais feminino e masculino são eventos distintos – entre os homens, Hebert Conceição foi bronze.

Nesta quinta (10), Bia venceu a russa Natalia Shadrina, por decisão dividida dos árbitros, por 3 a 2, e passou para as semifinais da categoria até 60kg. No sábado (12), ela enfrenta a norte americana Rashida Ellis, a quem venceu na semifinal dos Jogos Pan-Americanos de Lima. No retrospecto entre as duas, a brasileira leva a melhor, por 2 a 1.

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A luta diante de Shadrina, pelas quartas, teve resultado polêmico. Um dos cinco juízes viu vitória da brasileira em todos os três rounds. Outro viu vitória da russa em todos os três rounds. Os demais árbitros também não concordaram e viram luta equilibrada. Para três deles, no total, a brasileira venceu mais rounds.

Com esse resultado, Bia chega a 24 pódios em 25 torneios disputados no boxe amador. Ela, que é filha de um ex-boxeador e começou a treinar quando ainda era criança, só conseguiu fazer sua estreia aos 21 anos. Logo foi suspensa porque descobriu-se que já havia lutado profissionalmente no muay thai, o que ela nega.

A comissão técnica da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), porém, já via na baiana um talento muito acima da média e a entidade decidiu esperar ela cumprir uma quarentena que até hoje é tabu na modalidade. Em 2016, foi ela a sparring de Adriana Silva na Olimpíada.

Desde 2017, é a grande aposta do boxe brasileiro. Até o Mundial do ano passado, havia subido ao pódio de todos os torneios que disputou, nacionais ou internacionais. Foi à Índia sonhando com a primeira medalha, mas voltou eliminada por uma sul-coreana. Diz que aprendeu e não se deixou abalar. Em Lima, ganhou o ouro no Pan.

O Mundial de Ulan-Ude não vale vaga na Olimpíada porque a Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba) está suspensa pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) por uma série de fatos ligados a má-gestão. Quem vai organizar a competição de boxe de Tóquio será uma comissão liderada pelo presidente da federação de ginástica.

As primeiras vagas olímpicas serão distribuídas por pré-olímpicos continentais a serem realizados no ano que vem – o das Américas é no final de março, em Buenos Aires. Na categoria de Bia estarão em jogo três vagas. Depois, outras três ou quatro vagas serão disputadas no Pré-Olímpico Mundial, a ser disputado em maio, em Paris.

A CBBoxe só enviou três atletas para o Mundial. Jucielen Romeu (57kg), que foi prata no Pan, perdeu logo na estreia para Nesthy Petecio, das Filipinas. Graziele de Jesus (51kg) passou da primeira rodada e depois caiu para a russa Lilya Aetbaeva. Flávia Figueiredo (75kg), bronze no Pan, completa a seleção brasileira. 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.