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NBB fecha contrato recorde com o DAZN e terá 100% dos jogos transmitidos

Demétrio Vecchioli

24/09/2019 04h00

Anderson Varejão foi um dos destaques da 11ª edição do NBB (João Pires/LNB)

Pela primeira vez na história, um campeonato brasileiro masculino de basquete terá 100% de suas partidas transmitidas ao vivo. Com início marcado para 12 de outubro, a nova temporada do NBB deverá ter jogos em até sete plataformas diferentes, incluindo televisão aberta (Band), dois canais fechados (Fox Sports e ESPN) e o serviço de streaming DAZN.

O contrato com o grupo britânico que chegou este ano ao mercado brasileiro, aliás, é o maior da história da Liga Nacional de Basquete (LNB), organizadora do NBB. Os valores não são revelados pelas partes, mas o CEO da LNB, Sergio Domenici, explica que o acordo envolve 112 partidas exclusivas, além de outras até 13 nas fases finais.

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"Em volume total, esse é o maior contrato da nossa história. Por partida não é o maior acordo, porque eles têm uma quantidade muito grande de jogos", diz Domenici, que também negocia prováveis renovações de contrato com Facebook e Twitter. Na fase de classificação, cada jogo estará em uma plataforma. Nos playoffs, cai a exclusividade em alguns jogos, enquanto as finais vão passar no mínimo nos três canais de TV e no DAZN.

Com a ampliação no número de equipes, de 12 para 16, também cresceu o número de partidas nos dois turnos da fase de classificação, de 182 para para 240. Mesmo assim, agora 100% dos jogos da fase de classificação serão transmitidos, contra cerca de 75% da temporada passada. Quase metade deles estará no DAZN, que cobra mensalidade de R$ 37,90 e fracassou na tentativa de transmitir o Campeonato Carioca após desavenças entre Botafogo e Flamengo.

Toda semana, três jogos estarão na televisão: um na terça-feira à noite, na ESPN, outro na sexta-feira à noite, no Fox Sports, e um terceiro na Band, sempre às 12h45 de sábado. A BandSports, que também transmitia a competição na temporada passada, não renovou contrato.

A própria LNB, com a contratação de produtoras, vai fazer a geração de conteúdo, incluindo replay, estatística e identidade visual. As imagens, com pacote gráfico padrão, vão chegar embaladas às emissoras de televisão, que farão narração e reportagem.

Nas outras plataformas, todo o serviço será feito pela liga, que está buscando profissionais para ter narradores e repórteres em todas as praças. Assim, o DAZN recebe o produto completo e só tem a função de disponibilizá-lo online. O mesmo vale para Twitter e Facebook, caso os contratos de fato sejam renovados.

Com todo esse custo, a LBN diz que o lucro gerado pelas transmissões dos jogos ainda não é significativo. "O valor arrecadado é maior, mas a gente tem a preocupação de estar investindo em transmissão, com compra de equipamentos para melhorar a qualidade. Temos estatística na transmissão, narradores in loco, e isso tem um valor muito alto. Esse investimento nos ajudou a trazer a própria DAZN", avalia Domenici.

Patrocinadora principal, a Caixa tem contrato com a LNB até março, apenas, mas as duas partes negociam para renovar o acordo, que se encerra antes dos playoffs, momento de maior visibilidade do torneio. Outro patrocinador importante, que fornecia 2,5 mil passagens aéreas, a Avianca Brasil rescindiu no fim da temporada passada.

"Estamos esperançosos de termos uma receita maior do que no ano passado", diz Domenici. A liga, que também tem o patrocínio da Budweiser, da Nike e da Infraero, espera anunciar em breve novos contratos. Com o aumento do torneio, cresceu também o custo operacional, principalmente de transporte de arbitragem, que é bancado pela liga. Por outro lado, a LNB deixa de custear o Liga Ouro, espécie de segunda divisão nacional, agora a cargo da Confederação Brasileira de Basquete (CBB).

Além do NBB, a LNB também organiza a Copa Super 8, com os oito primeiros colocados do primeiro turno, e o Jogos das Estrelas. O primeiro torneio será em janeiro, com transmissão de um único canal, a ser definido. O segundo será novamente no Ginásio do Ibirapuera, em março, com a Band transmitindo o jogo principal e Fox Sports e ESPN exibindo os torneios, entre eles o de enterradas.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.