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Olhar Olímpico

Brasil dá show no skate e no surfe com cinco medalhas nos Mundiais

Demétrio Vecchioli

15/09/2019 11h32

Ítalo Ferreira e Gabriel Medina no pódio do Mundial de Surfe (divulgação/ISA)

Surfe e skate têm tudo para serem as grandes sensações do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Se havia qualquer dúvida disso, elas foram dizimadas neste fim de semana, quando aconteceram os Mundiais de Surfe e de Skate Park. Em quatro pódios, o Brasil somou um ouro (Ítalo Ferreira), duas pratas (Luiz Francisco e Silvana Lima) e dois bronzes (Pedro Quintas e Gabriel Medina). E ainda viu os ídolos Filipe Toledo e Pedro Barros ficarem perto do pódio. No fim de semana que vem, também em São Paulo, acontece um segundo Mundial de Skate, desta vez da modalidade street.

O ouro veio na madrugada, em Miyazaki, no Japão, no Mundial de Surfe. Depois de chegar atrasado para a competição e estrear surfando de jeans, Ítalo Ferreira conquistou o seu primeiro título mundial. Na bateria decisiva, ele chegou a levar uma nota 10 e somou 17,77 pontos. Superou inclusive o compatriota Gabriel Medina, que terminou em terceiro, com o bronze, com 14,53. O norte-americano Kolohe Andino ficou em segundo, com 17,06, e o japonês Shun Murakami em quarto.

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Pela manhã, em São Paulo, quatro brasileiros participaram da final masculina do Mundial de Skate Park. Três deles brigaram por medalhas, mas o ouro acabou com o norte-americano Heimana Reynolds, havaiano, que sobrou com 88 pontos. Luiz Francisco, o Luizinho, tirou 85,5 e ficou com a prata. Pedro Quintas, com 85, com o bronze. Pedro Barros, que vinha de um ouro e duas pratas nas outras três edições do Mundial, terminou em sexto, com 84,5.

Antes, no feminino, o Brasil havia faturado a prata com Silvana Lima no Mundial de Surfe. No Mundial de Skate Park, Yndiara Asp, melhor brasileira, sofreu lesão no púbis e não participou da competição em São Paulo. Dora Varella foi a melhor brasileira, em sexto. Isadora Pacheco terminou em sétimo. A japonesa Misugu Okamoto, de 13 anos, ficou com o ouro.

Skate e surfe vão estrear nos Jogos Olímpicos em Tóquio e ainda estão adaptando seu calendário internacional às demandas do movimento olímpico. No caso do surfe, o circuito mundial WSL (World Surf League) está absolutamente consolidado, mas não havia um torneio no padrão olímpico, com limite de atletas por países e participação de surfistas de nações sem tradição.

Organizado pela federação internacional de surfe há mais de meio século, o ISA Games sempre foi uma competição entre amadores – e, por isso, deixou de contar com a elite da modalidade quando esta se profissionalizou. Como é a ISA quem regula o surfe olímpico, a entidade colocou o torneio desse ano como pré-olímpico, obrigatório para quem quiser ir a Tóquio. E conseguiu atrair os melhores do mundo.

Pelo Brasil foram convocados os três melhores do ranking da WSL, que é o que vai selecionar os dois brasileiros que vão a Tóquio. Hoje, por esse ranking, aparecem à frente Filipe Toledo (líder) e Gabriel Medina (quarto). Ítalo é o sexto. Em Miyazaki, Filipinho parou uma fase antes da final. 

No skate o calendário é mais caótico, mas o Campeonato Mundial de Skate Park existe desde 2016, sempre reunindo a elite. Esta edição em São Paulo, a primeira no Brasil, é o torneio que mais distribui pontos para o ranking olímpico. Um outro "Mundial", fechamento do principal circuito profissional, da Vans, foi realizado no fim de semana passado, mas sem o mesmo peso. Nela, só Luizinho fez final, ficando em sétimo.

Na próxima semana acontece, também em São Paulo, mas em uma arena montada no Pavilhão de Exposições do Anhembi, a etapa final do circuito da street league, a SLS, que também conta como Mundial de Skate Street. Na última edição, que contou como 2018 mas foi realizada este ano no Rio, o Brasil foi prata com Kelvin Hoefler e Letícia Bufoni e bronze com Felipe Gustavo. E o Brasil ainda terá a sensação Rayssa Leal, a Fadinha de 11 anos, que pinta como candidata ao título.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.