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Olhar Olímpico

Botafogo reclama de ganhar menos que Fla e barra DAZN na porta do ginásio

Demétrio Vecchioli

06/09/2019 20h58

Flamengo e Botafogo jogam pelo Carioca de Basquete (Marcelo Cortes/Flamengo)

Com Bernardo Gentile

Era para ser uma grande noite do basquete do Rio de Janeiro. Primeiro clássico do Campeonato Carioca, envolvendo dois clubes grandes do estado, transmitido ao vivo para todo o mundo pelo DAZN, que topou pagar por um campeonato que corria o risco de nem existir, com apenas três participantes. Mas o jogo entre Botafogo e Flamengo, nesta sexta (6), ficou sem transmissão. Tudo porque o clube alvinegro decidiu dar para trás do acordo.

O contrato havia sido divulgado na quarta-feira (4), pela assessoria de imprensa do DAZN, depois de ser revelado na semana passada por sites especializados. Em nota enviada aos jornalistas, o serviço de streaming inclusive citou declaração de Marcos Guinancio, diretor de basquete do Botafogo.  "As transmissões feitas pelo DAZN são extremamente importantes para o nosso Estadual, para os botafoguenses espalhados pelo Brasil e para o público em geral que consome o esporte", disse.

Na quinta, porém, o Botafogo passou a contestar o acordo, que foi liderado pelo Flamengo. Dirigentes alvinegros alegaram desconfiar que o time rival está ganhando muito mais dinheiro que o Botafogo pelo acordo e alegaram que não validavam a negociação. O Flamengo chegou a informar ao Botafogo o valor que receberia pelo contrato, mas o rival não acreditou na veracidade, de acordo com uma fonte do Olhar Olímpico. De acordo com outra fonte, o Botafogo teria que ceder os direitos de imagem sem receber nada em troca. O Flamengo, por sua vez, receberia dinheiro e, em troca, arcaria com os custos do DAZN.

No começo da manhã, a empresa que geraria o sinal para a transmissão do DAZN foi até o ginásio do Botafogo, onde ocorreria o jogo à noite, para começar a montar a estrutura. Mas os profissionais foram barrados na porta. A diretoria só liberou a entrada dos técnicos à tarde, com a condição de que não montassem os equipamentos. Às 19h veio a liberação, mas minutos veio depois nova decisão proibindo a transmissão – e a montagem.

Às 20h teve início o jogo e a competição, sem a prometida transmissão do DAZN. Com apenas três clubes (o outro é o Niterói), o campeonato prevê seis partidas na primeira fase – turno e returno. Os dois primeiros fazem final em melhor de três partidas. As duas primeiras rodadas já aconteceram. Asim, o contrato envolve a transmissão de sete partidas, com no máximo seis de cada time.

Em nota ao blog, o Botafogo disse que "não chegou a um acordo comercial com a Dazn e por esse motivo não permitiu a transmissão da partida". O DAZN informou que a partida não seria exibida "pois os clubes não chegaram a um acordo quanto à liberação dos direitos de transmissão da partida". O Flamengo não comentou.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.