Olhar Pan-Americano: Sucesso do México ainda não precisa assustar o Brasil
O México conseguiu algo que o Brasil nunca teve na história dos Jogos Pan-Americanos: a liderança dos Jogos Pan-Americanos. Depois de liderar no primeiro dia, os mexicanos perderam a ponta para os Estados Unidos. Mas e o Brasil? Também vai deixar o México para trás? Ou os mexicanos são uma ameaça à meta brasileira de terminar Lima-2019 no segundo lugar?
Por enquanto não há motivos para pânico. Considerando todas as provas que já foram realizadas e comparando com os resultados delas no Pan de 2015, o México só ganhou duas medalhas a mais, ambas de ouro. O Brasil evoluiu uma medalha, mas não dourada. A grande diferença é que em outras três provas novas, que não existiam em 2015, os mexicanos faturaram dois ouros e uma prata. O Brasil, nenhuma.
A tendência é que o Brasil mantenha o resultado das últimas duas edições do Pan, com cerca de 140 medalhas. A campanha muito parecida com 2015 até aqui é sintoma disso. Já os mexicanos, que ficaram 20 ouros e 46 medalhas atrás do Brasil em Toronto, precisam evoluir muito mais para ultrapassarem o time verde-amarelo no resultado final.
O México
O carro-chefe mexicano está sendo o taekwondo, que incluiu quatro provas de poomsae, que não existe nos Jogos Olímpicos. Dessas quatros, o México ganhou duas. Mas na versão tradicional do taekwondo, que já teve quatro categorias em Lima, os mexicanos pioraram. De dois ouros e duas pratas passaram a um ouro e uma prata. No squash, a campanha de três medalhas só é igual porque foi criada uma prova nova mista, na qual os mexicanos ganharam prata.
No pentatlo moderno e no triatlo houve redução no número de medalhas (de seis para três), mas são dois ouros contra um em 2015. Além disso, agora o Pan terá provas de revezamento nessas modalidades (três no pentatlo, uma no triatlo), o que poderá vir a ajudar os mexicanos. No tiro, o México não ganhou medalha na única prova que deu ouro ao país em 2015.
Em outros esportes que não têm tradição, porém, os mexicanos conquistaram medalhas incomuns. É o caso da canoagem velocidade, onde eles já ganharam três medalhas em provas nas quais haviam passado em branco em 2015 (nenhuma delas de ouro). No levantamento de peso, eles foram de duas para três medalhas, uma delas dourada.
Os diferenciais de fato são o ciclismo mountain bike, no qual venceu as duas provas, masculina e feminina, e a maratona, em que ganhou uma prata e um bronze.
E o Brasil?
O Brasil, porém, também está melhor do que em 2015. Evoluiu muito no triatlo, no taekwondo e no moutain bike, modalidades que já renderam dois ouros, quatro pratas e dois bronzes, contra um bronze em 2015. Mas piorou por enquanto na canoagem velocidade (não repetiu uma prata e um bronze), no levantamento de peso (um bronze) e no tiro (o ouro de Felipe Wu virou bronze de Julio Almeida).
A equipe feminina de rúgbi sevens não repetiu o bronze de 2015, assim como o pentatlo moderno e a maratona feminina não repetiram o ouro de 2015. Na patinação foram mantidas duas medalhas, sendo uma de ouro, e a ginástica artística masculina passou de prata para ouro – a feminina repetiu o bronze.
O resultado dessa conta toda é que, considerando os resultados das mesmas provas já realizadas em Lima, na comparação com Toronto, o Brasil já ganhou uma medalha a mais, mas ela não é de ouro.
De forma geral, há de considerar que o Brasil tem sofrido derrotas nos detalhes neste início de Pan, numa maré de azar que pode virar. Henrique Avancini só não ganhou o ouro no MTB, tirando-o do mexicano, porque teve dois problemas mecânicos. Erlon Souza desmaiou eu sua prova, o barco brasileiro vice-campeão olímpico não completou a prova e o bronze caiu no colo dos mexicanos. Os times de rúgbi venciam até o finalzinho, mas acabaram sem o bronze.
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