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Olhar Olímpico

Mundial de Polo Aquático tem 64 x 0, com um gol a cada 30 segundos

Demétrio Vecchioli

14/07/2019 12h02

Foto: AFP

A decisão de incluir as equipes da casa no Mundial de Esportes Aquáticos que está sendo disputado em Gwangju, na Coreia do Sul, gerou o maior desiquilíbrio técnico da história do polo aquático. Pela primeira rodada da competição feminina, neste domingo (14), a seleção da casa perdeu por incríveis 64 a 0 para a Hungria, uma das equipes de maior tradição nesse esporte. Foi a maior goleada da história dos Mundiais.

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Para quem não está acostumado com os placares do polo aquático, que muito raramente passam de 15 gols para o time vencedor, vale pensar dentro da seguinte estatística: o jogo é dividido em quatro tempos de oito minuto. São, então, 32 minutos de bola "rolando", período no qual as húngaras fizeram 64 gols. Isso dá, em média, um gol a cada exatos 30 segundos.

Vale ressaltar que, como no futebol ou no handebol, a equipe que sofre o gol tem a saída de bola do meio do campo. Ou seja: a cada 30 segundos a Hungria roubou a bola, partiu para o ataque e marcou gol. E ainda teve tempo para sete chutes que não entraram (foram para fora ou defendidos). Ante os 71 arremessos das húngaras, as sul-coreanas deram três, todos para fora.

O polo aquático, especialmente o feminino, é tradicional em poucos países. Por isso, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de Natação (Fina) abriam só oito vagas no torneio olímpico, ante 12 no masculino. Para Tóquio essa desigualdade vai diminuir, com a participação de 10 seleções femininas.

No Mundial são 16 times, divididos em quatro grupos, e um visível desequilíbrio técnico na primeira fase. Só na primeira rodada a Holanda fez 33 a 0 na África do Sul (classificada pela cota africana) e os Estados Unidos ganharam de 22 a 3 da Austrália (classificada pela cota da Oceania).

O Brasil ficou fora da competição feminina deste ano depois de perder a vaga para Cuba na decisão do terceiro lugar da Copa Uana (campeonato pan-americano) disputada em janeiro em São Paulo. Nas últimas quatro edições, ficou três vezes em 14 º e antepenúltimo lugar (à frente de um africano e do pior asiático). Em 2015, deu sorte de cair no mesmo grupo do pior asiático (o Japão). Aí, só com essa vitória, ficou em 10º.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.