CPB quer espalhar centros de formação de paraolímpicos pelo Brasil
Muito bem instalado em São Paulo, em um moderno e completo centro de treinamento às margens da Rodovia dos Imigrantes, o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) quer ampliar sua atuação na formação de jovens atletas para outros cantos do Brasil. No mês passado, a entidade firmou contrato de R$ 10 milhões, divididos em quatro anos, para que a Caixa Econômica Federal ajude a financiar a iniciação esportiva de crianças com idade de 10 a 17 anos.
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A parceria prevê o trabalho contínuo com 550 alunos das redes públicas municipais e estadual em oito modalidades: atletismo, bocha, futebol de 5, goalball, judô, natação, tênis de mesa e vôlei sentado. Hoje o comitê já executa essa ação, mas com recursos próprios. Mizael Conrado, presidente do CPB, quer o programa vá além da capital paulista.
"Nós acreditamos muito que o esporte paraolímpico não pode acontecer só em São Paulo. E o centro paraolímpico jamais vai ter a condição de albergar o Brasil inteiro, principalmente, no desenvolvimento, pois demanda o atendimento de um maior número de pessoas. Aqui já são 504 pessoas matriculadas no nosso centro de formação.
Conseguimos dar um pontapé inicial. E existe uma perspectiva de que a Caixa possa também apoiar outros centros de formação fora aqui do CT", comentou Mizael, ao Olhar Olímpico.
Um estudo feito pelo comitê aponta que aproximadamente 2 mil crianças possam ser atendidas. "Ainda estamos na fase de projeção porque isso aconteceu muito rapidamente. Começamos a conversar tem três semanas e o projeto já avançou rapidamente", conta.
Segundo ele, os demais centros de formação não devem custar os mesmos R$ 2,5 milhões anuais de São Paulo. Ele cita que em Natal, por exemplo, o custo de transporte será muito menor, por ser uma cidade menor. No movimento paraolímpico, o transporte é parte importante dos custos, porque demanda veículos adaptados, que comportam número reduzido de deficientes físicos por viagem.
Além de Natal, Mizael também cita Blumenau, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Manaus e Goiânia como cidades que podem receber o centro de formação. "Não sei dizer qual a ordem de prioridade pois vai depender da capacidade dos parceiros. Temos um modelo de coordenação que vamos trabalhar com um coordenador do CPB e mais um ou dois profissionais em parceria com as universidades e a secretaria local de Educação", explica.
O plano de Mizael, que é deficiente visual e foi jogador de futebol de 5, é que outros entes públicos auxiliem o CPB. "Nós temos hoje clubes que trabalham com bastante dificuldade, em condições bastante precárias. O envolvimento das universidades ainda não é como gostaríamos. E o engajamento da Secretaria de Educação é pouco. Então a ideia é de fortalecer essas organizações. Não adianta você chegar sozinho nessas cidades e querer implementar a política independente de quem está lá. É fundamental envolver quem está na cidade.
Acredito que é um projeto sustentável. O objetivo é que em um determinado período de tempo esses projetos possam se sustentar e possamos buscar outras alternativas e recursos."
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