Milão vence concorrência sueca e será sede da Olimpíada de Inverno
A Itália vai receber os Jogos Olímpicos de Inverno pela segunda vez em apenas 20 anos. Na falta de outras candidaturas viáveis, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta segunda-feira (24) a vitória da candidatura Milão/Cortina d'Ampezzo pela sede dos Jogos de 2026. A Suécia também concorreu, com Estocolmo, mas nunca chegou perto de empolgar o COI, apesar de um esforço na reta final. O placar foi de 47 a 34.
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Pesou o comprometimento do governo italiano com a Olimpíada, algo que faltou à Suécia durante todo o processo. O governo sueco só passou a apoiar a candidatura nos últimos dias do período de inscrições e mais de uma vez o COI indicou que faltavam garantias. A proposta de realizar as competições de bosbled na Letônia, do outro lado do Mar Báltico, para não precisar construir uma pista no país, até atendeu à agenda do COI. Mas não foi o suficiente.
Enquanto isso, a Itália contou com a dedicação do seu governo, de ultradireita, que parece cada vez mais desalinhado com a agenda europeia. "Temos problemas orçamentários na Itália, mas acho que isso é algo que todos têm", disse o subsecretário de Estado italiano, Giancarlo Giorgetti, em uma coletiva de imprensa.
A Olimpíada de Inverno, porém, vai acontecer nas províncias da Lombardia e do Vêneto, que estão entre as mais ricas do país e que devem pagar pelos Jogos. Milão receberá as competições urbanas, enquanto Cortina d'Ampezzo terá as modalidades de montanha.
Nos últimos cinco anos, o movimento olímpico tem visto candidaturas serem rejeitadas por populações e por governos, principalmente de países desenvolvidos. Em novembro do ano passado, um referendo rejeitou que Calgary, no Canadá, concorresse para receber a Olimpíada de Inverno de 2026. Na ocasião, o placar contra o movimento olímpico, nesses referendos, chegou a 9 a 0.
Isso vem gerando uma série de implicações para o COI, que viu, entre 2013 e 2014, candidaturas que tendiam a ser prósperas, como St. Moritz e Davos (Suíça), Munique (Alemanha) e Oslo (Noruega), serem retiradas. Sobraram duas cidades disputando o direito de sediar a Olimpíada de Inverno de 2022, Pequim (China) e Almaty (Cazaquistão), sendo que a primeira foi a escolhida a contragosto do COI.
O problema se repetiu na escolha seguinte, para os Jogos de Verão de 2024. Hamburgo (Alemanha) e Budapeste (Hungria) desistiram depois de referendos, enquanto Roma, capital da Itália, se retirou depois que a outsider Virginia Raggi elegeu-se prefeita tendo como uma das bandeiras de campanha a retirada da candidatura.
Sobraram só Los Angeles (indicada pelos EUA depois que a cidade de Boston votou contra a candidatura) e Paris (França), que acabaram ficando, respectivamente, com o direito de sediar os Jogos de 2028 e 2024. Ou seja: o COI já antecipou um processo de candidatura, ciente de que teria problemas para achar cidades interessadas nos Jogos de 2028.
O problema passou a ser a Olimpíada de Inverno de 2026. Sion (Suíça) retirou-se depois de referendo, Innsbruck (Áustria) também, e Graz (Áustria) desistiu assim que uma votação foi convocada. Milão só ganhou força em abril, quando o governo italiano topou assumir os compromissos exigidos, sejam financeiros ou legais. As principais obras pagas pelo governo federal deverão ser de acessibilidade.
Agora o COI ganha quatro anos para começar a pensar na próxima escolha olímpica, dos Jogos de Inverno de 2030. Pelo calendário, isso dó deve acontecer em 2023.
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