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Olhar Olímpico

Bob Burnquist renuncia à presidência da Confederação de Skate

Demétrio Vecchioli

15/06/2019 15h50

Assembleia da CBSk prorroga mandato de Bob Burnquist

Nome mais conhecido do skate brasileiro e referência mundial, Bob Burnquist renunciou à presidência da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), cargo para o qual ele fora sido eleito em outubro de 2017. Há apenas três meses, em março, ele havia sido reeleito para uma mandato curto, até o fim de 2020, para adequar a entidade aos ciclos olímpicos.

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Pelo Instagram, Bob afirmou que tem se dedicado "diariamente" para colocar o skate em destaque e disse ser primordial que "todos" continuassem unidos no propósito do crescimento do skate. Sua saída, pelo que indicou, foi influenciada por questões pessoais.

"É uma decisão pensada, discutida e serena, principalmente pela equipe que montamos e que continuará. Tenho certeza que com essa equipe à frente, o skate brasileiro seguirá crescendo", escreveu. "Morro de saudades de andar de skate e continuo com o desejo de aprender manobras novas. Esse sempre foi o meu combustível. Chegou o momento de eu seguir em frente em prol de alguns projetos, e principalmente andar de skate."

Com a renúncia de Bob, quem assume a presidência da confederação é Eduardo Musa, que sempre foi seu braço-direito no comando da entidade e que tem mandato de vice-presidente. "Foi uma decisão dele por questões pessoais e profissionais… só isso mesmo! Tentamos de todas as formas com que ele ficasse, mas não deu. Como integrante da diretoria fiquei triste, mas como amigo entendi e apoiei a decisão", disse Musa ao Olhar Olímpico.

Pelo Instagram, Bob agradeceu seu sucessor. "Deixo um agradecimento especial para o Eduardo Musa, que também concordou em não receber salário e aceitou o cargo de vice-presidente em um momento sensível. Tem o meu respeito por seu profissionalismo, competência e estratégia. Ele segue no comando e manterá os nossos ideais."

Bob assumiu a CBSk em um momento em que os principais skatistas brasileiros prometiam boicotar os Jogos de Tóquio, quando a modalidade fará sua estreia olímpica, por não concordarem em se submeterem à Confederação de Patinação, então responsável pelo skate perante ao COB. Com todo o peso de seu nome, Bob conseguiu reverter a situação, com o skate olímpico passando a ficar a cargo da sua confederação.

Nesses menos de dois anos de gestão Bob Burnquist, a CBSk passou a receber recursos da Lei Agnelo/Piva e rapidamente conseguiu uma evolução nos resultados dos skatistas de elite do país. Também trouxe ao Brasil dois Campeonatos Mundiais. Um, relativo a 2018, da modalidade street, disputado no Rio já em 2019. Outro, de park, será em São Paulo no segundo semestre.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.