Presidente da AGLO é demitido por telefone e militares podem assumir legado
Uma semana depois de ser convidado a permanecer na presidência da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), Paulo Márcio Dias Mello foi demitido pelo secretário Especial do Esporte, general Décio Brasil. A demissão, anunciada a ele pelo telefone, conta com o aval do ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB), único que pode de fato exonerar Paulo Márcio.
A demissão ocorreu na terça-feira da semana passada (28 de maio), um dia antes de o diretor-executivo interino da entidade, Marcelo Nery, passar mal em um evento em São Paulo e ser internado. Desde então, a AGLO está acéfala.
O general Brasil convocou para esta sexta-feira (7) uma reunião para discutir o futuro da AGLO, o que incluiria a escolha de um novo presidente. A informação foi publicada mais cedo pelo jornal O Globo e confirmada pelo Olhar Olímpico. A expectativa é que o general escolha uma equipe de militares para assumir a autarquia.
O problema é que, na prática, Paulo Márcio continua sendo o presidente. Nomeado por decreto assinado pelo presidente Michel Temer (MDB) quando a AGLO foi criada, em março de 2017, Paulo Márcio só poderia ser exonerado por outro decreto. E isso depende de uma iniciativa do ministro da Cidadania, a quem a AGLO é subordinada – na hierarquia do poder, ela está na mesma faixa da secretaria do Esporte, não abaixo dela.
Funcionários do ministério que são próximos ao ministro chegaram a procurar Paulo Márcio ao longo da semana passada para tratar de assuntos do dia-a-dia da autarquia, sem saber que ele estava afastado. Terra, porém, assegura que a decisão passou por ele.
Para justificar a demissão pelo telefone, o general Brasil alegou que Paulo Márcio não cumpriu a meta de dar uma destinação para o legado olímpico. Dias antes, o general deu entrevista ao UOL, publicada na quinta-feira passada, defendendo o contrário: que a AGLO precisa ser mantida.
A lei que sustenta a existência da autarquia determina que ela precisa ser extinta até 30 de junho. Mas não há qualquer possibilidade de ela ser privatizada antes disso. O Ministério da Cidadania inclusive já enviou ao Ministério da Economia um documento solicitando que a autarquia seja renovada. Seria também uma forma de a pasta não perder uma reserva política de 65 cargos comissionados, muitos deles de alto salário.
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