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São Paulo avança para ter Fórmula E no Ibirapuera em meio à polêmica da F1

Demétrio Vecchioli

11/05/2019 04h00

Simulação de como seria o circuito da Fórmula E no Ibirapuera (reprodução/Google Maps)

A prefeitura de São Paulo está otimista para entrar no calendário da Fórmula E, de carros elétricos, já na próxima temporada. A prova seria realizada em um circulo de rua entre o Parque do Ibirapuera e o Ginásio do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. O principal entrave para a confirmação da corrida é a discussão de datas. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) quer entre janeiro e fevereiro. São Paulo, entre maio e julho.

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Diferente da Fórmula 1, que tem seu calendário anual, com provas entre março e novembro, a Fórmula E começa a temporada no final de um ano, em dezembro, e termina em julho do ano seguinte. Assim, a temporada vigente é a 2018/2019. A próxima, 2019/2020.

As discussões para um ePrix (como são chamadas as provas) vêm desde 2017. A capital paulista chegou a ser incluída no calendário para receber uma corrida em 17 de março de 2018 no Anhembi. Mas a prova acabou cancelada no fim de 2017 diante da incerteza sobre o centro de eventos, cujo processo de privatização já havia se iniciado.

Na ocasião, prefeitura e FIA afirmaram que manteriam as conversas para que São Paulo fosse incluída no calendário da temporada 2018/2019 (a atual), o que não aconteceu. O Anhembi também não foi ainda privatizado – a expectativa da prefeitura é que o seu leilão ocorra em junho.

Com isso, as tratativas passaram a levar em consideração um circuito de cerca de 2,5 km no Ibirapuera, que iria do Monumento às Bandeiras até o contorno do Obelisco, passando ao lado do parque – e não dentro, como chegou a ser especulado.

O amplo estacionamento da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) poderia ser utilizado como paddock. O custo para o poder público seria relativamente baixo, uma vez que a prefeitura tem equipamentos de segurança comprados para as provas da Fórmula Indy ainda guardados.

Como o monumento e o Obelisco são tombados, a prefeitura precisaria negociar com órgãos de conservação do patrimônio, além da Alesp. Mas o principal entrave para um acerto, neste momento, é a data. Este ano, a Fórmula E correu em Santiago (Chile) em 26 de janeiro e na Cidade do México 20 dias depois. Seria natural aproveitar a vinda à América Latina para passar por São Paulo.

A prefeitura, porém, não quer dois eventos automobilísticos em datas tão próximas. No ano que vem, Interlagos recebe pela primeira vez uma prova do WEC (World Endurance Championship), em 1º de fevereiro. O campeonato, o principal de endurance no mundo, também é organizado pela FIA. Além disso, São Paulo argumenta que essas datas já coincidem com o Carnaval, que inclusive tem no Ibirapuera um dos seus principais polos.

A proposta de São Paulo é que a prova brasileira fique para a parte final do calendário, entre maio e julho. Na atual temporada, a Europa receberá seis provas seguidas, entre 13 de abril e 22 de junho. Depois, a Fórmula E vai a Nova York, para duas etapas nos dias 13 e 14 de julho.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.