Leilão do Canindé chega ao fim sem nenhum lance
Iniciado há quase um mês, o terceiro leilão de parte do estádio do Canindé chegou ao fim às 16 horas desta quinta-feira (9) sem nenhum lance. Avaliado em R$ 163 milhões, valor considerado defasado pela Portuguesa, o leilão realizado pela Sublime Leilões tinha lance inicial de cerca de R$ 98,3 milhões.
O pregoeiro agora tem dois dias úteis para registrar na Justiça o resultado do leilão. Nesse período, assim como antes da abertura do pregão, ele pode receber propostas de pagamento parcelado, que não contam como "lances" no leilão realizado virtualmente.
Nos documentos anexados ao leilão constam 13 ordens judiciais diferentes de penhora da parte do estádio do Canindé que pertence à Portuguesa – outra parte é cedida pela prefeitura de São Paulo. Umas das mais recentes decisões é favorável ao zagueiro Luiz Henrique, que passou rapidamente pela Lusa em 2002, fez carreira no Nacional-SP e atualmente está no União, do Mato Grosso do Sul.
No final de 2018, a 54ª Vara do Trabalho da Capital condenou a Portuguesa a pagar a Luiz Henrique a bagatela de R$ 22,9 milhões. Ele e diversos outros jogadores se valeram do fato de a antiga redação da Lei Pelé determinar que, em caso de rompimento de contrato por parte do clube, o contratado poderia receber até cem vezes o valor de seu salário anual.
Mas a lista de dívidas da Portuguesa vai além dos processos trabalhistas. A ação que motivou esse leilão é referente a uma dívida de R$ 3,7 milhões com um empresário que ajudou o clube a receber de um clube grego um valor referente à venda do atacante Diogo, em 2008. Mas que alega nunca ter recebido sua comissão de 10% combinada.
Como a Portuguesa não tem dinheiro, a Justiça mais uma vez optou por leiloar um dos poucos bens que restaram ao clube: o terreno onde está construída parte de seu estádio e a maior parte da área social do clube. No total, o terreno tem 42.350m². Sobre ele estão construídos cerca de 60% do estádio, um salão comercial, o parque aquático, áreas de circulação, vestiários, ginásio poliesportivo, arquibancada e casa de máquinas.
Esta foi a terceira vez que o terreno foi a leilão. Ninguém deu lances em 2016, na primeira tentativa, nem na segunda, em 2017. Ainda que a Portuguesa reclame que a avaliação seja expressivamente inferior ao valor de mercado do terreno, ninguém sabe ao certo as dificuldades que um eventual comprador teria em utilizar o terreno. Há mobilização para tombar o estádio, o que até agora não ocorreu, e a prefeitura ainda não sinalizou de forma definitiva como agiria.
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