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Olhar Olímpico

Após fenômeno americano, Brasil também quer vaga em clube liderado por Bolt

Demétrio Vecchioli

01/05/2019 04h00

Paulo André Camilo será destaque do GP Brasil (reprodução/Instagram)

Mattew Bolling se tornou, no fim de semana, o 202º homem a quebrar a barreira mais famosa do esporte: correr os 100 metros rasos em um tempo abaixo de 10 segundos. Para ele, porém, o feito teve um gostinho ainda mais especial. Bolling tem só 18 anos e ainda está no ensino médio dos Estados Unidos. Não demorou para que o jovem fosse comparado a nomes como Usain Bolt, não apenas pelo resultado espetacular, mas também pela passada largada.

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Até a virada do ano, a lista de sub10 tinha exatamente 198 nomes. Desde então entraram nela dois cubanos (Reynier Mena e Roberto Skyers) e o nigeriano Divine Oduduru. A grande expectativa é que, até o fim do ano, finalmente um brasileiro também tenha lugar nesse restrito grupo.

Lá se vão 30 anos desde que Robson Caetano até comemorou o feito. Em 22 de setembro de 1988, o brasileiro completou uma prova na Cidade do México em 9s99 e festejou entrar em um clube então com 22 membros. Mas a marca foi corrigida para 10s00. Não foi daquela vez e não seria de nenhuma outra até hoje.

Há duas semanas, em Azuza, nos Estados Unidos, Paulo André Camilo chegou muito perto do feito, correndo a distância em 10s02. Se tivesse tido a ajuda da natureza como Bolling (que correu com vento a favor de 4,2 m/s), talvez tivesse enfim quebrado a barreira dos 10 segundos, ainda que um resultado com vento acima de 2,0 m/s não valha para a obtenção de recordes.

Paulo André, de 20 anos, tem tudo para ser o primeiro brasileiro no clube. No Troféu Brasil do ano passado, ele já havia batido na trave duas vezes, com 10s03 na semifinal e 10s02 na final, quando precisou lidar com vento contrário a ele. Depois, nos Jogos Universitários Brasileiros, fez 10s07.

Mas o corredor do Pinheiros não é o único candidato. O Brasil nunca teve tantos ao mesmo tempo, aliás. Só no ano passado, outros três brasileiros fizeram marcas expressivas: Jorge Henrique Vides (10s08), Derick de Souza Silva (10s10) e Rodrigo Pereira do Nascimento (10s14). Vitor Hugo dos Santos tem 10s11, de 2016. 

Os quatro, mais Paulo André, representam o Brasil no Mundial de Revezamentos, que vai acontecer nos dias 11 e 12 de maio, no Japão. A equipe brasileira precisa ficar entre as oito primeiras para garantir vaga no Mundial de Doha (Qatar), ainda este ano.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.