Topo

Olhar Olímpico

Judô dá mais uma chance a Sarah e renova quase toda a seleção masculina

Demétrio Vecchioli

11/04/2019 19h55

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) anunciou nesta quinta-feira (11) a convocação para o Campeonato Pan-Americano, que vai acontecer em Lima (Peru), e que é classificatório para os Jogos Pan-Americanos, na mesma cidade. A convocação mostra que a comissão técnica ainda confia em Sarah Menezes, agora na categoria até 52kg,  enquanto que no masculino a equipe foi praticamente inteira renovada – sobraram só os pesos pesados David Moura e Rafael Silva.

O Campeonato Pan-Americano é estratégico na corrida por Tóquio-2020, porque é considerado como uma competição "extra" no ranking olímpico. Cada atleta computa os cinco melhores resultados do ano, mais um extra, que pode ser o campeonato continental (o Pan, no caso do Brasil) ou o Masters (restrito aos 16 melhores do ranking).

Além disso, as vagas para os Jogos Pan-Americanos agora são individuais e definidas a partir, principalmente, desse campeonato. Então a convocação para o campeonato deve se repetir no Pan, com uma diferença. No Campeonato o  Brasil tem duas vagas masculinas e duas femininas a mais – no Pan, há o limite de um atleta por categoria.

Isso abriu a porta para a CBJ dar nova chance a Sarah Menezes. Irregular no ano passado e com muita dificuldade de bater o peso, ela foi incentivada a subir de categoria para continuar tendo espaço. Convocada na categoria até 52kg, terá como rival a jovem Larissa Pimenta, de 20 anos, que vem de cinco medalhas no Circuito Mundial em seu seus primeiros meses na seleção.

Com apenas 131 pontos no ranking olímpico (ante 610 de Larissa), Sarah vai para o tudo ou nada no Campeonato Pan-Americano, que será disputado no último fim de semana do mês. A não ser que conquiste os 700 pontos do título, ela não terá vaga na equipe que vai ao Mundial de agosto e que distribuiu 2.000 pontos no ranking olímpico. Larissa não apenas luta em Lima como, depois, ainda vai a Baku (Azerbaijão) para disputar um Grand Slam que vale 1.000 pontos.

O restante do time feminino é formado por: Nathália Brígida (48º, 19ª do ranking olímpico), Rafaela Silva (57kg, 5ª), Aléxia Castilhos (63kg, 28ª), Maria Portela (70kg,13ª), Mayra Aguiar (78kg, 6ª), Maria Suelen Altheman (+78kg, 3ª) e a jovem Beatriz Souza, também peso pesado, e que já 10ª do ranking mundial. Rival de Mayra Aguiar e 24ª do ranking de sua categoria, Samanta Soares está machucada. Aléxia ocupou o posto que antes era de Ketleyn Quadros, agora atrás no ranking.

Já entre os homens a convocação da CBJ foi ainda mais polêmica. Três dos nove brasileiros mais bem posicionados no ranking mundial não foram convocados, para que a seleção passasse por uma renovação quase completa. Foram chamados Eric Takabatake (60kg, 12º), Daniel Cargnin (66kg, 13º), David Lima (73kg, 285º), Lincoln Neves (73kg, 112º), Eduardo Yudy Santos (81kg, 27º), Rafael Macedo (90kg, 20º), Leonardo Gonçalves (100kg, 21º), David Moura (+100kg, 16º) e Rafael Silva "Baby" (+100kg, 12º).

Chama atenção principalmente a convocação da categoria até 73kg. Ficaram de fora Eduardo Barbosa (machucado, fraturou um dedo da mão) e Marcelo Contini, dois melhores brasileiros do ranking olímpico (ambos fora da zona de classificação) para serem chamados dois garotos que ainda não mostraram a que vieram na categoria adulta.

Também não foram chamados Rafael Buzacarini, que vem de prata no Grand Prix disputado no fim de semana passado e é o número 13 do ranking olímpico na categoria até 100kg, Phelipe Pelim (60kg, 24º) e Charles Chibana 66kg, 27º). Os três estão na zona de classificação olímpicas nas suas categorias.

A maioria dos principais atletas que ficaram fora da convocação para o Pan foram chamados para competir em Baku: Gabriela Chibana (48kg), Eleudis  Valentim (52kg), Ketleyn Quadros (63kg), Ellen Santana (70kg), Phelipe Pelim (60kg), Felipe Kitadai (60kg), Charles Chibana (66kg),  Marcelo Contini (73kg) e Rafael Buzacarini (100kg).

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.