Dirigente da Fifa é presa por reclamar de falta de apoio ao futebol

Dirigente de Bangladesh é presa por reclamar de falta de apoio ao futebol (divulgação/Fifa)

Uma das dirigentes mais importantes no desenvolvimento do futebol feminino na Ásia, Mahfuza Akhter Kiron está mantida na prisão desde o último sábado (16), em Bangladesh, seu país natal. Membro do conselho da Fifa, ela é acusada de fazer comentários difamatórios a respeito do primeiro ministro do país, Sheikh Hasina. 

De acordo com a imprensa local, ela foi presa em casa, depois que o príncipe Abul Hasan Chowdhury, também atuante na área esportiva,  fez a denúncia a uma corte ligada ao governo. "Kiron fez comentários depreciativos contra o nosso primeiro ministro, amante do esporte, o que ouvi em uma reportagem de um canal de TV privado", disse o príncipe ao jornal The Daily Star.

Na entrevista, concedida em 8 de março, Kiron reclamou que o governo dava mais apoio ao críquete (esporte bastante popular no país, que é um dos mais fortes do mundo na modalidade) do que ao futebol. Na entrevista, ela disse que o primeiro ministro privilegia o críquete por questões pessoais.

De acordo com a advogada da dirigente, Liakat Hossain, o juiz Abu Sufian Noman rejeitou liberá-la em troca de fiança. Já o advogado do príncipe, Refayetul Karim, reclamou que as declarações de Kiron haviam "envergonhado a nação".

Kiron foi eleita para o Conselho de Fifa em 2017, como representante da Associação Asiática de Futebol (AFC). Ela antes trabalhou no comitê organizador da Copa do Mundo de 2015, no Canadá, e de dois Mundiais Sub-20, no Canadá, em 2014, e em Papua Nova Guiné, em 2016. Em Bangladesh, ela é líder da federação nacional na área de futebol feminino.