CBAt encerra intervenção em São Paulo após acordo e renuncia de presidente
Acabou nesta terça-feira (19) a intervenção da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) na Federação Paulista (FPA). Mauro Chekin, dirigente ligado à equipe feminina de vôlei de São Caetano do Sul, não resistiu à pressão de todas as partes e, completamente isolado, anunciou pela manhã sua renúncia. Oficialmente, ele deixa o cargo por conta de "reiterados problemas de saúde e da inadiável necessidade de intervenção cirúrgica".
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Razões médicas também foram alegadas, um ano atrás, para que Toninho Fernandes renunciasse à presidência da própria CBAt. Os dois caíram em descrédito depois que o Olhar Olímpico publicou uma série de reportagens mostrando indícios de desvios de recursos públicos estaduais tanto na CBAt quanto na FPA.
Com a renúncia de Chekin, o vice Fernando Carramenha Lacerda de Almeida assume a federação, com o compromisso de, em 90 dias, convocar e realizar eleições para eleger um sucessor, que terá mandato tampão até meados do ano que vem, apenas. Pelo acordo, FPA e CBAt encerram disputa judicial.
A Federação Paulista de Atletismo é a mais rica federação estadual olímpica do país, historicamente financiada pelo governo paulista, que nos últimos anos fechou a torneira por onde saia em média R$ 7 milhões ao ano. Mas, graças à concessão de permissões para corridas de rua, a FPA criou uma fonte importante de recursos privados, de difícil fiscalização.
Como a elite do atletismo brasileiro está toda concentrada em São Paulo, também é a FPA a federação que mais atletas fornece para o Brasil em eventos poliesportivos, como os Jogos Pan-Americanos e os Jogos Olímpicos.
A entidade vivia um caos administrativo desde o ano passado. O mesmo movimento que derrubou Toninho também atingiu Chekin, que comandava a FPA desde 2012 – substituiu exatamente Toninho no cargo. Com a diferença que a desorganização da federação dificultava que os clubes o derrubassem, uma vez que não era de conhecimento público, por exemplo, quem tinha direito a voto na federação.
Só no fim do ano passado, pressionado pela nova gestão da CBAt, Chekin convocou assembleia, para votar – e reprovar – suas contas. Apoiada pelos clubes, a confederação então determinou a intervenção. Só que Chekin nunca entregou as chaves da federação, alegando que não reconhecia a decisão.
Desde então, passou a comandar uma federação sem poder. Os clubes reconheciam o interventor Joel Lucas Vieira, ligado ao SESI-SP, como presidente, assim como apoiaram o calendário da "intervenção", reconhecido também pela CBAt e pela federação internacional. Chekin até lançou um calendário de provas, que ele dizia ser o "oficial", mas ninguém se inscreveu para competir.
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