Atletas ficam fora de assembleia para mudar estatuto da CBDA
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) realiza nesta terça-feira (19), no Rio, assembleia geral extraordinária para alterar seu estatuto, de forma a se adequar ao que exige portaria do antigo Ministério do Esporte. Entre as exigências está ampliar o número de votos dos atletas no colégio eleitoral. Mas nenhum representante dos atletas estará presente à reunião. A decisão deverá ser tomada exclusivamente pelos presidentes de federações, sem a opinião dos atletas.
O Olhar Olímpico apurou que nenhum dos quatro membros da Comissão de Atletas sabia da realização da assembleia extraordinária, que vota à tarde um novo texto para o estatuto, nem da assembleia ordinária, que ocorreu pela manhã e que aprovou as contas do presidente Miguel Cagnoni. O quinto membro, Leo de Deus, representante da natação e até então presidente, renunciou ao posto em janeiro e não teve sua vaga ocupada por outro atleta.
A chegada de Cagnoni ao poder, em 2017, passou diretamente pela montagem dessa comissão de atletas. Os membros inicialmente foram escolhidos pelo então presidente, Coaracy Nunes, que indicou aliados. Os atletas entraram na Justiça para terem direito de apontar seus representantes, o que fez com que a eleição fosse adiada até depois de acabar o mandato de Coaracy. Um interventor determinou as regras da eleição, em formato que reduziu a força das federações, o que acabou ajudando Cagnoni.
Passados dois anos, os atletas perderam espaço. A CBDA alega que a convocação para as assembleias foi publicada em seu site, na área de "boletins", e que enviou e-mail para "a comissão de atletas" para comunicar sobre as reuniões. A comissão só tem direito a um voto, contra 27 das federações estaduais.
Até o dia 10 de janeiro, a comissão era presidida pelo nadador Leo de Deus. Mas ele renunciou ao cargo, alegando motivos pessoais. Nas entrelinhas, demonstrou insatisfação: "Deixo registrado que temos muito o que mudar e batalhar para que tenhamos tudo aquilo que nos foi prometido de maneira legal, transparente e participativa. Apesar de tudo, nós atletas estamos fazendo nossa parte", escreveu, em carta.
A renúncia foi tornada pública no dia 21 de fevereiro, mesma data em que a CBDA publicou boletim convocando para a assembleia extraordinária desta tarde. A entidade alega que enviou e-mail "à comissão de atletas" para informá-la sobre a reunião, mas que não obteve resposta. Enquanto isso, os presidentes de federação viajaram ao Rio com as despesas pagas pela confederação. Segundo a CBDA, eles também só foram avisados por boletim e por e-mail.
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