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Olhar Olímpico

Ginástica brasileira dá show e é ouro no maior teste para o Mundial

Demétrio Vecchioli

16/03/2019 16h23

Time brasileiro é ouro em Stuttgart (divulgação)

Completa, a seleção brasileira feminina de ginástica artística é uma das melhores do mundo e pode disputar medalhas em todas as provas do Mundial e dos Jogos Olímpicos de Tóquio. As últimas dúvidas com relação a esse potencial foram dirimidas neste sábado, na final do Challenge de Stuttgart (Alemanha), principal competição amistosa por equipes da temporada. Com as notas obtidas nesta tarde, Rebeca Andrade teria faturado quatro medalhas de prata no Mundial do ano passado – ficando em quarto e quinto lugares nas outras duas provas.

O Brasil foi ouro mesmo competindo contra equipes fortes como França, Rússia e Holanda. Mais do que isso: na mesma cidade que receberá o Mundial de outubro, valendo vaga para Tóquio, o time brasileiro teve desempenho de quem brigará por uma inédita medalha por equipes. Somou 164,396 pontos, o que valeria a prata no Mundial do ano passado, só atrás dos Estados Unidos.

Com Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Rebeca Andrade, Thais Fidélis e Carolyne Pedro, o Brasil melhorou em quase cinco pontos o desempenho que o deixou em sétimo no Mundial passado e superou a Rússia (prata na ocasião) e França (quinta colocada). Com Lorrane Oliveira, o time pode ir ainda melhor.

Também impressionou, mais uma vez, o desempenho de Rebeca Andrade. Ela foi, de longe, a melhor na soma das notas nos quatro aparelhos, com 56,932 pontos, depois de ser a melhor em cada um dos aparelhos. Com esse resultado, ela faturaria a prata no Mundial do ano passado com folga no individual geral. Na ocasião, a estrela Simone Biles somou 57,491 e a japonesa Mai Murakami ficou com a prata com 55,798.

Aliás, na sua melhor forma, Rebeca parece ser quem mais se aproxima de Biles no mundo. No salto em Stuttgart, ela recebeu nota 14,800, o que em tese a coloca como favorita a uma prata no Mundial – nas finais do aparelho, cada atleta salta duas vezes e o resultado final é a média das duas apresentações. No Mundial passado, só Biles saltou acima de 14,600, nota que Flávia Saraiva também recebeu neste sábado.

O desempenho de Rebeca em Stuttargt, quando transportado ao Mundial do ano passado, também valeria a prata no solo (só atrás de Biles), um quarto lugar nas barras assimétricas, a 0,034 do bronze, e o quinto lugar na trave.

Com uma carreira marcada por lesões, Receba pela primeira vez emplaca uma sequência em grande forma. Em novembro, também na Alemanha, na Copa do Mundo de Cottbus, ela teve desempenho parecido com o deste sábado, ainda melhor na trave – na ocasião, tirou nota que valeria bronze no Mundial do ano passado.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.