Ministro da Educação revela ter sido selecionado para disputar Olimpíada
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, chegou a ser selecionado para disputar os Jogos Olímpicos e só não se tornou um atleta olímpico mais de meio século atrás porque seu pai ficou doente. O fato, até então desconhecido no currículo do colombiano naturalizado brasileiro, foi revelado durante uma audiência pública no Senado. "Eu era atleta. Atleta de grande rendimento. Fui até selecionado para uma Olimpíada na área de ciclismo", contou ele à senadora Leila do Vôlei, atleta olímpica.
A informação, depois, foi detalhada pelo Ministério da Educação, em resposta ao Olhar Olímpico. De acordo com o MEC, o colombiano foi "pré-selecionado" para a Olimpíada de Tóquio, em 1964, quando tinha 20 anos. "Ele não participou da seleção por motivos familiares, em razão de grave enfermidade do pai dele", explicou o ministério.
Sempre de acordo com o MEC, Vélez Rodríguez foi vice-campeão nacional em 1961, na prova de pista do contrarrelógio – à época, ele tinha 17 anos. Em Tóquio, três anos depois, a Colômbia foi representada nesta prova por Eduardo Bustos Camacho.
Considerado membro da ala "ideológica" do ministério de Jair Bolsonaro, Vélez Rodríguez informa em seu currículo lattes (acadêmico) que se formou em Filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana, na Colômbia, em 1964, e que fez mestrado em Filosofia pela PUC-RJ em 1974. Depois, doutorado pela Gama Filho, em 1982. Reportagem do O Globo levantou dúvidas sobre a veracidade da informação, constante no lattes do colombiano, de que ele lecionou em quatro universidades ao mesmo tempo.
Durante a audiência pública no Senado, ele contou que na Colômbia tinha patrocínio da universidade na qual estudava. E que, quando chegou na PUC-RJ, foi informado que não havia programa semelhante. "Foi uma desilusão e vi que aqui não era importante a prática do esporte tão marcante quanto no meu país de origem. E é uma falha", criticou.
No mesmo evento, há duas semanas, Vélez Rodríguez revelou que havia conversado com o ministro Osmar Terra, da Cidadania (pasta agora responsável pela área de esporte), para combinar ações transversais de incentivo à prática de esporte, inclusive de alto rendimento, na universidade. "Porque isso traz um benefício incalculável para os alunos e para a comunidade universitária. Precisamos trazer essa prática esportiva para o interior das nossas universidades. São poucas as que contam com parque esportivo dentro da universidade", afirmou o ministro na oportunidade.
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