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Olhar Olímpico

Destaques no Rio, Thiago Braz e Rafaela Silva reencontram boa fase

Demétrio Vecchioli

25/02/2019 04h00

Thiago Braz (Phil Noble/Reuters)

O esporte olímpico brasileiro teve bons motivos para celebrar o fim de semana que passou. Dois dos mais importantes atletas do país, ambos campeões olímpicos na Rio-2016, reverteram a má fase com resultados expressivos. Thiago Braz fez seu melhor salto em um ano, enquanto Rafaela Silva voltou a fazer final de uma competição importante após quase um ano e meio.

O Grand Slam de Dusseldorf (Alemanha) foi, de forma geral, um renascimento para a seleção brasileira feminina de judô, que passou em branco no Grand Slam de Paris (França), há duas semanas, e foi criticada. A volta por cima começou em Oberwart (Áustria), onde um Aberto Europeu, evento de menor importância no Circuito Mundial, rendeu duas pratas e quatro bronzes.

As duas pratas foram de Rafaela Silva e Mayra Aguiar, as duas que parecem ter mais sentido as críticas, reconhecidas inclusive pela comissão técnica da seleção nas redes sociais. Na Alemanha, elas voltaram a fazer finais, com Mayra ganhando o ouro – seu primeiro no circuito desde o título mundial de 2017 -, e Rafaela mais uma prata, na primeira final da carioca em uma etapa da Grand Slam desde outubro de 2017.

Nathalia Brígida (até 48kg), Maria Suelen Altheman (+78kg) e Ellen Santana (até 70kg) também foram ao pódio, com bronze. No caso de Ellen, atual campeã pan-americana júnior, foi a primeira medalha dela no Circuito Mundial, já num Grand Slam.

Graças às conquistas das mulheres, o Brasil ficou em segundo no quadro de medalhas no Grand Slam de Dusseldorf, só atrás do Japão, que ganhou nove medalhas de ouro. A competição também marcou a estreia na temporada da equipe masculina, que fez péssima participação. Só Leonardo Gonçalves terminou entre os oito primeiros de sua categoria, em quinto.

Thiago volta a saltar bem

Campeão olímpico em 2016, Thiago Braz nunca reencontrou o nível que o levou ao ouro olímpico. Desde então, teve poucos bons saltos e uma infinidade de insucessos. Neste domingo, reencontrou o caminho para saltar alto. Em Clermont Ferrand (França), passou o sarrafo a 5,80m em uma prova indoor.

O resultado ainda está longe de permitir a Thiago sonhar com qualquer coisa – o nível dos rivais subiu muito desde a Olimpíada, tanto que ele foi só quinto em Clermont. Mas é uma nítida evolução para quem havia competido quatro vezes já na temporada e ainda tinha apenas 5,65m, resultado pífio para um atleta do nível dele.

Com os 5,80m na França, Thiago deve reencontrar a confiança no trabalho que vem desenvolvendo agora no Brasil, sob o comando de Elson Miranda, e também está classificado para o Mundial de Atletismo, que será disputado em Doha, no Qatar. Por enquanto, ele é o nono do ranking mundial.

Marcus Vinicius bate recorde

Também sem resultados expressivos internacionalmente desde inclusive antes da Rio-2016, Marcus Vinicius D'Almeida fez uma boa apresentação na Seletiva Nacional de tiro com arco. Na fase de classificação, em que cada atleta atira 72 flechas, ele bateu o recorde brasileiro, com 685 pontos. Melhorou três pontos a antiga melhor marca, dele mesmo, que vigorava desde 2017. A seletiva classificou tanto ele quanto Ane Marcelle para o Campeonato Mundial, que será disputado em junho, na Holanda.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.