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Olhar Olímpico

Prefeitura de São Paulo se mobiliza para discutir situação de CT's

Demétrio Vecchioli

12/02/2019 17h56

Centro de Treinamento do São Paulo, na Barra Funda (Rubens Chiri/São Paulo)

Quatro dias depois de um incêndio atingir o centro de treinamento do Flamengo, no Rio, e matar 10 jovens jogadores rubro-negros, a prefeitura de São Paulo iniciou uma mobilização para averiguar a situação dos centros de treinamento e dos alojamentos dos clubes paulistanos. Antes, na segunda-feira (12), o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito civil para investigar a situação desses locais.

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No Rio, vem gerando debate o fato de o centro de treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, considerado o mais moderno da cidade, não ter a documentação necessária para funcionar. Só depois da tragédia é que tornou-se pública a informação de que a prefeitura já havia autuado o clube diversas vezes. Mesmo assim, o CT não foi fechado, jovens continuaram morando ali, e agora clube e prefeitura do Rio estão sendo cobrados pela opinião pública.

A tragédia serviu de lição em São Paulo. Nesta terça-feira, secretários de diversas pastas se reuniram na sede da prefeitura, no centro. Em pauta, ações conjuntas para identificar e corrigir eventuais irregularidades. Foram discutidas as situações dos centros de treinamento e/ou alojamentos de São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Juventus, Nacional e Portuguesa.

Na segunda, o MP expediu ofício aos três grandes e à Portuguesa solicitando esclarecimentos e a apresentação da respectiva documentação. De acordo com a assessoria de imprensa do MP, também a prefeitura foi questionada, para que esclareça se há no município alojamentos do tipo mantidos por clubes, agremiações, federações ou confederações, bem como se contam com as devidas autorizações para funcionamento.

Ainda de acordo com o MP, o inquérito, aberto pelo promotor Roberto Pimentel, da Promotoria de Justiça da Habitação e Urbanismo, irá investigar se os alojamentos contam com auto de vistoria do Corpo de Bombeiros e autorização do poder público municipal. O intuito é "prevenir futuros acontecimentos semelhantes" à tragédia do Rio. 

A prefeitura foi procurada pela reportagem, mas não respondeu às perguntas até a publicação da matéria.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

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