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Olhar Olímpico

Mulher ganha aposta, termina São Silvestre vestida de noiva e vai casar

Demétrio Vecchioli

02/01/2019 04h00

Rosemary espera para largar a São Silvestre

Já são 20 anos de uma "enrolação", segundo ela, que agora finalmente vai chegar ao fim. Rosemary e Hélio vão enfim casar. A troca de alianças, porém, só vai acontecer porque ela ganhou uma aposta. Na última segunda-feira (31), debaixo de um sol escaldante, terminou a Corrida Internacional de São Silvestre fantasiada de noiva dos pés à cabeça.

Isso se for possível chamar de "fantasia" a roupa que Rosemary vestida. Afinal, tratava-se de fato de um vestido de casamento, que ela comprou apenas para correr a prova, ainda que a escolha não parecesse a mais adequada para quem percorreria 15 quilômetros pelas ruas centrais de São Paulo, seja pelo volume da saia, pela extensão da cauda ou pelo tomara que caia.

Tudo para tornar mais notável o feito, que era uma aposta entre ela e o namorado. Hélio já foi um corredor profissional, que disputou a São Silvestre na elite e chegou a ser 11º colocado. Nos últimos 20 anos, todo dia 31 de dezembro percorria sozinho os 15 quilômetros da prova. A aposta foi uma forma de ter companhia, e também um meio para ela enfim ter o que tanto sonhou.

Diferente da agora noiva, que treinou três meses para a prova, ele se vestiu como manda o figurino – para uma prova de rua. Tênis, shorts curto, camiseta leve. Mas, dessa vez, "correu" devagar. Acompanhou Rosemary durante todo o trajeto, completado, segundo ela, em 2h45min brutos. "O vestido só pesou na parte final, quando começaram as poças d'água", ela conta.

Na prática, a aposta não foi paga. Pelo regulamento, o tempo máximo para completar a prova é 2h15min líquidos (ou seja, da linha de largada até a linha de chegada) ou 2h45min brutos (entre o sinal sonoro da largada até a chegada). Ela passou esse limite, mas a aposta foi dada como paga.

Agora é começar o planejamento para o casamento, que vai acontecer no dia 11 de outubro, na via Dutra, estrada que liga a cidade de São Paulo ao Rio de Janeiro. Não será um evento usual. O casal vai realizar uma romaria de quatro dias entre a casa deles, no Jaçanã, na zona norte da capital paulista, até o Santuário de Nossa Senhora Aparecida.

Rosemary vai percorrer todo o trajeto, de cerca de 170 quilômetros, vestida de noiva. Como serão quatro dias de romaria, vai usar quatro vestidos diferentes – e mais um para a cerimônia em si. Desta vez, porém, não vai gastar. Os vestidos serão presentes dos padrinhos, que já avisaram que até participam da festa, mas de carro. Vão esperar o casal no local da cerimônia.

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.