Executivo de multinacional, Van der Burgh se aposenta com título mundial

Cameron van de Burgh (reprodução/Instagram)

Um dos maiores nadadores de sua geração, Cameron van der Burgh chegou ao Mundial de Piscina Curta nadador em meio período. O sul-africano não tem, do seu país, as mesmas oportunidades que os brasileiros, por exemplo, para ser profissional. Assim, recentemente aceitou emprego para trabalhar como executivo de uma multinacional em Londres.

Por uma semana, trocou o terno pela sunga, para disputar o Mundial de Piscina Curta de Hangzhou, na China. Será, porém, a última vez. Nesta quarta-feira (12), Van der Burgh anunciou que mudou de ideia sobre a já anunciada aposentadoria depois da Olimpíada de Tóquio, em 2020. Vai antecipar o processo. O Mundial é a última competição de sua carreira de nadador.

Apesar das dificuldades naturais de conciliar um trabalho em tempo integral na área de finanças de uma empresa de óleo com os treinos de alto-rendimento, Van der Burgh continua em grande forma, aos 30 anos. Nesta quarta, venceu os 100m peito, aproveitando-se da ausência do britânico Adam Peaty, que é com sobras o melhor do mundo na prova, mas não foi ao Mundial.

Ele ainda nada mais uma vez na China, nos 50m peito, em busca daquela que seria sua 18ª medalha em Mundiais, ainda que Van der Burgh só dispute duas provas – os 50m e os 100m peito. Como comparação, Cesar Cielo já tem 18 medalhas, mas oito delas em revezamentos.

Van der Burgh se notabilizou por ser um nadador regular. Em Mundiais de Natação (em piscina longa), ganhou 10 medalhas de 11 possíveis ao longo de uma década – falhou nos 100m peito em 2007, quando tinha 19 anos, e não apareceu para nadar os 50m peito no Mundial do ano passado. Nos Jogos Olímpicos, foi campeão em Londres-2012 nos 100m e prata na Rio-2016, já depois que Peaty havia se tornado imbatível.