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Olhar Olímpico

Brasil fica sem medalhas no segundo dia do Mundial de Natação

Demétrio Vecchioli

12/12/2018 11h04

(Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Ainda não foi desta vez que Cesar Cielo se isolou como maior medalhista brasileiro em Mundiais, entre atletas de todas as modalidades. Nesta quarta-feira (12), no Mundial de Piscina Curta realizado na China, o revezamento 4x50m livre misto do Brasil ficou distante da disputa por medalhas, terminando a prova na quinta colocação. Além de Cielo, o time também teve Matheus Santana, Etiene Medeiros e Larissa Oliveira.

Esta é a terceira vez que Mundial de Piscina Curta tem 12 provas de revezamento, seis a mais do que o programa olímpico. O excesso de competições faz com que esses revezamentos, especialmente os dois mistos, nem sempre reúnam os melhor nadadores de cada equipe. Sabendo disso, o Brasil tem aproveitado essa brecha para usar força máxima e colecionar medalhas. Nos últimos dois Mundiais, ganhou três de quatro medalhas possíveis.

Desta vez, novamente o Brasil escalou os titulares na final, o que não foi suficiente para o pódio. Matheus Santana abriu em sétimo, Cesar Cielo foi o terceiro mais rápido na água e entregou em quarto, mas Larissa Oliveira não conseguiu manter a colocação, 15 minutos depois de nadar a semifinal dos 100m livre, e entregou em sexto. Etiene Medeiros nadou muito bem, só mais lenta que as duas holandesas, mas não conseguiu aproximar o Brasil do pódio.

Quase

Assim como na terça-feira, este segundo dia de Mundial também foi marcado, para o Brasil, pelo gostinho de quero mais nas finais. Se na abertura da competição foram três casos de atletas que avançaram às finais com um dos três melhores tempos e depois não conseguiram medalha, nesta quarta-feira isso aconteceu mais duas vezes.

Guilherme Guido foi o melhor das eliminatórias e o segundo melhor das semifinais dos 100m costas, na terça. Na final, ele virou os primeiros 50 metros na frente, mas, segundo sua própria avaliação, errou a transição da última virada. O erro lhe custou caro e ele terminou em quinto, com 49s75, a 35 centésimos do bronze e a 30 do seu resultado da semi. Ryan Murphy, dos Estados Unidos, venceu.

Nos 200m livre, a frustração foi em dobro. Luiz Altamir Melo havia avançado da semifinal com o segundo tempo e Breno Correia com o quarto. Na final, os dois nadaram a prova toda entre os três primeiros e pareciam que iam conseguir uma dobradinha no pódio. Mas Altamir, que já não vinha tão bem quanto nas eliminatórias, cansou e terminou em oitavo, piorando 60 centésimos o tempo da manhã.

Já Breno Correia, que foi fundamental para dar a medalha de bronze no 4x100m livre na terça-feira graças a uma chegada perfeita, desta vez errou a batida de mão. Entre encerrar a última braçada em terceiro e tocar a parede, perdeu centésimos preciosos. Completou a prova em 1min42s36, a 0s06 do bronze. Ele tem só 20 anos e fez, na China, seu primeiro Mundial.

Nos 100m livre feminino, havia expectativa de um bom resultado de Larissa Oliveira, que foi quarta colocada nas eliminatórias. Na semifinal, não repetiu o desempenho e ficou fora da final, com 52s98, no 11º lugar. No Troféu José Finkel, seletiva brasileira para o Mundial, ela havia anotado 52s45, o que seria mais do que suficiente para fazê-la finalista na China. Foi o quarto Mundial seguido de piscina curta que Larissa para na semi dos 100m livre.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.