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Olhar Olímpico

Bolt perde ouro e COI confirma bronze para o Brasil em Pequim-2008

Demétrio Vecchioli

07/12/2018 18h42

AP Photo/Ricardo Mazalan

O Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou nesta sexta-feira, agora de forma oficial, que a medalha de bronze do revezamento 4x100m masculino dos Jogos Olímpicos é do Brasil. Mais especificamente de Vicente Lenilson, Sandro Viana, Bruno Lins e José Carlos Gomes Moreira (Codó). Os atletas e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) aguardavam há seis meses essa notícia.

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A medalha já era certa desde o fim de maio, quando a Corte Arbitral do Esporte (CAS), baseada na Suíça, rejeitou em última instância a apelação do jamaicano Nesta Carter contra a suspensão por doping aplicada a ele no começo de 2017 pelo painel disciplinar do COI.

Carter fez parte do time campeão olímpico com Michael Frater, Usain Bolt e Asafa Powell. Em 2016, porém, o COI fez uma reanálise dos exames de doping colhidos durante a Olimpíada de Pequim e encontrou, na urina de Carter, traços de uma substância proibida. Em janeiro de 2017, o COI declarou Carter culpado por violar a lei antidoping, desqualificou o corredor e a equipe jamaicana do revezamento, e ordenou que eles devolvessem medalhas e diplomas.

Carter ainda recorreu à CAS, sem sucesso. Desde então, era questão de tempo a declaração de que o Brasil, que terminou a prova na quarta colocação, deveria herdar o bronze. Nesta sexta, enfim veio a comunicação oficial do COI ao COB, após uma série de processos burocráticos que também envolveram a IAAF.

De acordo com o COB, agora caberá ao comitê definir, junto com os atletas, como será realizada a cerimônia de entrega das medalhas, que ainda estão de posse do COI. Em março do ano passado, Rosângela Santos, Lucimar Moura, Rosemar Coelho Neto e Thaissa Presti receberam as medalhas de bronze também herdadas de Pequim-2008 durante cerimônia do Prêmio Brasil Olímpico, no Rio. A premiação vai acontecer no próximo dia 18 de dezembro, novamente no Rio de Janeiro.

Com as realocações, o Brasil chega a 17 medalhas conquistadas nos em Pequim-2008, sendo três de ouro, quatro de prata e dez de bronze. Pelas regras da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), os quatro medalhistas passam a fazer parte da assembleia geral da entidade, com direito a voto na escolha do presidente da confederação, por exemplo.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.