Promessa de reforma do Complexo do Maracanã anima atletismo e natação
Um tuíte do governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC-RJ), animou entidades ligadas ao atletismo e aos esportes aquáticos do Rio. Pelo Twitter, o político prometeu lançar um edital para "concessão do Maracanã, reforma do (Estádio de Atletismo) Célio de Barros, do (Parque Aquático) Julio Delamare e do prédio do antigo Museu (do Índio)".
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A reconstrução do Célio de Barros era uma obrigação da concessionária Maracanã S/A, que controlava o complexo esportivo desde 2013. A determinação para a realização da obra inclusive constava do primeiro aditivo do contrato assinado entre a empresa e o governo do Rio de Janeiro. Em setembro, a Justiça do Rio determinou o cancelamento do processo de licitação do Maracanã. A liminar, porém, foi cassada até o julgamento do recurso.
No mesmo despacho, o juiz Marcello Alvarenga Leite, da 9ª Vara Pública do Rio de Janeiro, pediu ainda que fossem negados os pedidos para demolições do Célio de Barros, do Julio Delamare e da Escola Municipal Friedenreich. É que a concessionária sempre pretendeu colocar as estruturas abaixo, para construir torres com shopping center e estacionamento. Em 2013, quando uma onda de protestos tomou o país, o então governador Sergio Cabral (MDB-RJ) voltou atrás de tal ideia. Mas, naquele momento, a pista de atletismo já estava completamente destruída. Só as arquibancadas ficaram de pé.
Durante a corrida eleitoral, Witzel chegou a levantar a hipótese de reconstruir o estádio de atletismo em outro local. Em entrevista ao Lance!, disse: "Ele (o estádio) não está servindo a absolutamente nada. Gerou um impasse, um problema econômico no contrato e não está sendo utilizado para nada. A reforma dele custaria alguns milhões e tudo isso precisa ser discutido e debatido, de forma racional e sem paixões exageradas. Alguns estádios no mundo, que eram completamente emblemáticos, foram destruídos e outros foram construídos, mais modernos. Temos de pensar na modernidade. Não estou dizendo que vamos fazer isso".
Agora, ao prometer um edital que reformaria o Célio de Barros, Witzel foi ao encontro do que defende o medalhista olímpico Robson Caetano. "Talvez a ficha tenha caído. Construir num outro lugar não é o ter o Célio de Barros, é construir um novo estádio. Eu tenho confiança de que o governador vai fazer a coisa certa. Não faz o menor sentido ter um estádio em outro lugar que não seja o Maracanã", disse o ex-velocista, ao Olhar Olímpico.
Em busca de tentar persuadir o governador eleito, a presidente da Federação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro (FARJ), Luz Marina de Souza, já havia inclusive solicitado uma audiência com ele. "É o ideal para todo mundo, para a federação, para os atletas no entorno, para a história do atletismo. Assim como o Maracanã tem história, o Célio também tem história", comenta, apontando que a localização central do complexo permite que um número grande de atletas treine lá.
Quanto vai custar?
De acordo com a equipe do governador eleito, ainda não existe um planejamento formal de como ocorreria o edital, mas um interesse de Witzel, que na juventude praticou atletismo na Marinha, em reativar a estrutura poliesportiva do Maracanã. Em São Paulo, recentemente a prefeitura da capital paulista anunciou a reforma da pista do Centro Olímpico por R$ 3,06 milhões. O valor inclui apenas a construção de uma nova pista, nos padrões internacionais.
Desde junho (e até o fim do ano) o que restou do Célio de Barros virou um parque de diversões. Já o Julio Delamare, que estava fechado desde 2013, reabriu parcialmente em abril. Alvo de uma disputa entre o Comitê Rio-2016 e a Suderj, que não aceitava a devolução do parque aquático alegando necessidades de reformas, o local passou a ser administrado pela Associação Bauruense de Desportos Aquáticos (ABDA).
A ONG, de Bauru (SP), faz reconhecido trabalho social no interior de São Paulo e firmou parceria com a Suderj para dar aulas de natação no local. Utilizando apenas a piscina de 25 metros, já atende 780 pessoas. Com pequenas obras, diz, pode atender até 6.300 por mês.
"Não precisa uma reforma muito grande, somente cabos elétricos que foram furtados. Os banheiros foram reformados e consertamos a iluminação também. Com pouco investimento, algo em torno de R$ 100 mil, o Parque fica em pleno funcionamento", opina Alexandre Zwicker, diretor da ABDA.
Por causa dos cabos elétricos roubados, a associação não consegue fazer a limpeza necessária na piscina olímpica, apenas uma limpeza manual. Quando o problema for solucionado, promete aumentar a oferta de aulas.
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