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Olhar Olímpico

Após mais de 30 mil no Morumbi, rúgbi quer um grande jogo por ano

Demétrio Vecchioli

13/11/2018 04h00

Seleção brasileira de rúgbi no Morumbi (Fotojump)

A Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu) apostou alto no jogo entre a seleção brasileira de XV e os Maori All Blacks. E, agora, está colhendo os frutos. Em um dia de Fórmula 1 em São Paulo, final de Libertadores, clássico paulista no Brasileirão e chuva, 34.451 pessoas compareceram ao Morumbi para assistir o duelo, que terminou esperada com vitória do time B da Nova Zelândia por 35 a 3.

Até esse jogo no último sábado, o recorde de uma partida de rúgbi no Brasil era de pouco mais de 10 mil pessoas. Mesmo para esse amistoso o objetivo era atrair 25 mil torcedores. Não só a meta foi ultrapassada com folga, como ainda houve transmissão do jogo no SporTV e no Twitter, atingindo um público mais amplo. Ainda não foi disponibilizada a renda do jogo.

"Todos ficaram satisfeitos. Os jornais da Nova Zelândia escreveram que não acreditavam que teria tanta gente. Ficaram impressionados com o barulho, disseram que nunca escutaram tanto barulho", comenta Agustin Danza, CEO da CBRu.

De fato, o rúgbi repetiu um fenômeno comum no esporte brasileiro, evidente especialmente nos Jogos Pan-Americanos e na Olimpíada: modalidades que não são costumam ser fenômeno de público recebendo um "show" da torcida brasileira na arquibancada. O futebol feminino sabe bem. A seleção foi a queridinha da torcida, mas logo depois perdeu apelo.

A CBRu, porém, não quer que o grande público de sábado seja filho único. Ainda que seja improvável que qualquer outro rival permita uma visibilidade comparável ao dos Maori All Blacks, a ideia é fazer outro jogo assim em novembro do ano que vem.  "Já estamos conversando com outros dois ou três times, mas claro que qualquer rival, mesmo muito relevante, vai ser um jogo menor do que contra os Maori", avalia Danza.

Se tudo der certo, segundo ele, o próprio time neozelandês pode voltar em 2020. "Vamos tentar trazer eles de novo. Eles já foram duas vezes para os EUA, duas para o Canadá, podem vir aqui duas vezes também. Vamos tentar entrar no calendário."

A CBRu, que passava por dificuldades financeiras, como mostrou o Olhar Olímpico, ainda não calculou o lucro com o evento, mas Danza diz que o evento teve um bom resultado financeiro. Diferente da seleção de futebol, por exemplo, que vende os direitos de suas partidas para promotores, a CBRu foi própria organizadora do jogo no Morumbi.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.