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Olhar Olímpico

Natação tem queda de braço entre federação internacional e atletas

Demétrio Vecchioli

08/11/2018 12h54

 

(Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

A natação mundial está vivendo uma queda de braços sem precedentes. De um lado, a Federação Internacional de Natação (Fina), que se diz a única entidade com permissão para realizar eventos internacionais. De outro, alguns dos principais nadadores da atualidade, interessados em participar de um novo e lucrativo torneio no final do ano. Entre eles, uma disputa política.

O torneio em questão é o Energy for Swim, que seria disputado entre 20 e 21 de dezembro em Turim, na Itália. O evento está intimamente ligado a Paolo Barelli, presidente italiana e a Liga Europeia de Natação (LEN). Barelli foi derrotado na eleição da Fina de 2017 e pretende voltar a carga no próximo pleito, em 2021. Até lá, quer se firmar como antagonista do uruguaio Julio Maglione.

O Energy for Swim é uma dessas cartadas. A ideia era reunir boa parte da elite da natação mundial na Itália, em piscina curta, depois do Mundial também de piscina curta, que acontecerá de 11 a 16 de dezembro, na China. Pelo menos 17 campeões olímpicos eram esperados em Turim. Mas a Fina avisou que não reconhece a competição, avisando que pode suspender por até dois anos quem dele participar.

No Brasil, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) emitiu comunicado esta semana para replicar a mensagem da Fina. "Até que haja manifestação expressa da Fina em contrário, a CBDA não recomenda que seus filiados participem do referido evento, sob pena de aplicação de sanções administrativas, que podem levar até mesmo a eventual suspensão da equipe e/ou atleta", informou a entidade.

O problema é que parte da natação mundial está disposta a pagar para ver. O britânico Ben Proud, mais dominante da natação masculina na atualidade, é um que já disse que irá a Turim. Para o esporte, seria péssima ideia uma punição que o tirasse de eventos como o Mundial do ano que vem.

 

Enquanto uma solução não é encontrada, a Fina ao menos tratou de tornar o Mundial de Piscina Curta mais atrativo. Também esta semana, anunciou um aumento de premiação: de 1,1 milhão para 2 milhões de dólares. O campeão de uma prova individual fica com US$ 10 mil.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.