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Olhar Olímpico

Zanetti é prata e chega à quarta medalha em Mundiais

Demétrio Vecchioli

02/11/2018 13h14

Crédito da foto: Ricardo Bufolin/PanamericaPress/CBG

Principal nome da ginástica artística brasileira, Arthur Zanetti cumpriu as expectativas e voltou ao pódio de um Mundial depois de quatro anos. Nesta sexta-feira (2), em Doha (Qatar), o ginasta de São Caetano do Sul fez o que dele se esperava na final das argolas, mas não conseguiu superar o Eleftherios Petrounias, agora tricampeão mundial. A Zanetti restou a prata, sua terceira em Mundiais – ele ainda tem um ouro, de 2013.

Zanetti dominou a prova entre 2012 e 2013, quando foi ouro olímpico em Londres-2012 e campeão mundial. Foi superado por um chinês em 2014 e, depois, viu o grego Petrounias assumir o protagonismo nas argolas, vencendo dois Mundiais e uma Olimpíada. Enquanto isso, o brasileiro passou por dificuldades no Mundial de 2015 – quando deixou um pouco de lado as argolas para ajudar o Brasil em outros aparelhos e ficou fora da final – e no de 2017, quando competiu voltando de lesão e terminou em sétimo.

Em Doha, Zanetti reassumiu seu lugar de protagonismo no aparelho. Fez boas apresentações tanto nas eliminatórias quanto na final por equipes, chegando à final das argolas cotado para brigar pelo ouro com  Petrounias. O grego, que está com lesão no ombro e vai passar por cirurgia após o Mundial, porém, abriu a final com uma apresentação quase perfeita. Mais seis ginastas competiram até ser a vez do brasileiro.

Zanetti fez uma apresentação limpa, fez uma saída cravada, e recebeu nota 15,100. Superou o italiano Marco Lodadio, que tinha 14,900, mas não conseguiu ameaçar o grego, que venceu com 15,366.

O Brasil ainda disputa mais duas finais no sábado, último dia do Mundial. Caio Souza compete no salto, enquanto Flávia Saraiva se apresenta no solo. Os dois não constam como favoritos, mas uma medalha também não será zebra em nenhum dos casos.

Neste Mundial, o Brasil já fez finais por equipes, terminando em sétimo tanto no feminino quanto no masculino. No individual geral, Flávia Saraiva se destacou na oitava colocação, enquanto que Caio Souza terminou no 13º lugar.

Biles não fará Mundial perfeito

A grande dúvida que pairava sobre Simone Biles neste Mundial era se ela, pela primeira vez, conseguiria vencer todas as provas. Não conseguiu. Depois de sobrar no individual geral e ajudar os Estados Unidos a ganhar o ouro por equipes, a estrela da ginástica abriu o dia com ouro no salto, também com muita vantagem sobre todas as outras competidoras – a prata ficou com a canadense Shallon Oslen e o bronze com a mexicana Alexa Moreno.

Depois, na segunda final feminina desta sexta, Biles competiu nas barras assimétricas sob a pressão de precisar superar a belga Nina Derwael, que liderava com 15,200. A norte-americana arrancou muitos aplausos, tirou 14,700, mas acabou com a medalha de prata. Assim, segue sem nunca ter sido campeã mundial nas assimétricas. Elisabeth Seitz, da Alemanha, ficou com o bronze.

Nas provas masculinas, destaque para um emocionante empate entre o chinês Ruoteng Xiao e o britânico Max Whitlock no cavalo com alças. Por ter melhor execução, Xiao ficou com o ouro, encerrando três anos de domínio do britânico, bicampeão mundial e campeão olímpico. O bronze foi para o Taiwan, com Chic Kai Lee

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.