Mesmo com falhas, Biles sobra e é tetra no Mundial; Flavinha fica em oitavo
Simone Biles está de volta. Depois de tirar um ano sabático em 2017, a melhor ginasta do mundo mostrou mais uma vez nesta quinta-feira (1) porque é, também, uma das melhores da história. Mesmo com duas quedas, sobrou na final do individual geral do Mundial de Ginástica Artística disputado em Doha (Qatar) e ganhou o título de mais completa do mundo pela quarta vez em Mundiais, estabelecendo novo recorde na modalidade.
E ainda é só o começo. Biles já havia levado os Estados Unidos ao ouro por equipes, mesmo depois de ir parar no hospital com uma pedra no rim antes das eliminatórias. Nos próximos dois dias, ela ainda faz finais nos quatro aparelhos, sendo favoritíssima em três (com chances de ser campeã mesmo com quedas). Nas barras assimétricas, deve brigar ponto a ponto.
Considerada uma ginasta quase perfeita, que raramente erra, Biles falhou duas vezes durante a final do individual geral. Primeiro, no salto, aparelho em que apresentou um movimento que leva seu nome, não conseguiu tomar altura suficiente e caiu de bunda no chão. Ainda assim, teve uma das notas mais altas do dia. Depois, na trave, perdeu o equilíbrio e caiu do aparelho.
O nível dela, porém, é tão alto que mesmo assim a norte-americana chegou ao último exercício, o solo, brigando pelo ouro. Biles até pisou fora na chegada de um dos saltos, mas sua apresentação foi num nível muito superior ao de qualquer outra. Incomparável. Acabou com 57,491, expressivamente à frente da japonesa Mai Murakami, que somou 55,732. Outra norte-americana, a jovem Morgan Hurd, de apenas 17 anos, terminou com a medalha de bronze, depois de ser campeã em 2017.
Pelo Brasil, Flávia Saraiva também não conseguiu fazer uma final limpa. Foi apenas razoável nas barras assimétricas, seu pior aparelho, e caiu na trave, que deveria ser seu ponto alto. Terminou a competição com 54,366 pontos, no oitavo lugar. Só a queda na trave tirou um ponto dela, que poderia até brigar por medalha – ficou a 1,3 pontos de Hurd. "Tive uma pequena falha na trave. Talvez eu teria tido um resultado um pouco melhor, mas saio dessa competição muito orgulhosa", comentou Flavinha na saída da prova, ao SporTV.
Jade Barbosa, por sua vez, fez uma competição abaixo do que está acostumada. Depois de sofrer duas quedas na final por equipes, na terça-feira, nesta quinta ela sofreu uma queda no solo e fez uma apresentação nervosa na trave. Com 52,866 pontos, melhorou em um décimo o resultado das eliminatórias e terminou em 15º lugar.
Fazia oito anos que Jade não disputava uma final de Mundial. "São muitos anos. Há muito tempo que não sinto esse gostinho de ginástica. Eu acho que para começar o ciclo eu comecei bem. Espero continuar com essa força física. Acho que tô pronta para começar o ciclo. Estou feliz de mais uma vez ser da seleção", comentou ao SporTV.
Flavinha ainda volta a competir, no sábado, quando faz a final do solo, com chances pequenas de medalha. Por enquanto, porém, de forma geral, o Mundial da equipe feminina brasileira deixa a sensação de que poderia ser melhor. Na final por equipes, o Brasil era terceiro colocado até uma passagem muito ruim pelas assimétricas, terminando na sétima colocação.
Além disso, havia expectativa para que Flávia terminasse entre as 5 primeiras no individual geral (o que seria possível sem a queda na trave) e brigasse por medalha na trave. Voltando de lesão, Rebeca Andrade ficou muito perto de uma vaga na final das assimétricas, mas parou como reserva.
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