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Olhar Olímpico

Mundial de Ginástica tem empate inédito e improvável

Demétrio Vecchioli

31/10/2018 13h19

Xiao Ruoteng e Artur Dalaloyan se cumprimentam. Foto: Vadim Ghirda/AP

A primeira final individual do Mundial de Ginástica Artística, que está sendo disputado em Doha, no Qatar, teve um empate muito improvável. Ainda que as notas sejam dadas com três casas decimais em seis aparelhos, o russo Artur Dalaloyan e o chinês Ruoteng Xiao somaram exatamente o mesmo resultado na final do individual geral: 87,598 pontos. Isso é raríssimo de acontecer inclusive em posições intermediárias e jamais havia ocorrido entre campeões de um evento desse porte.

O regulamento, porém, já previa a possibilidade de um empate assim. Para definir o campeão, é descartada a pior nota de cada um dos dois competidores. E aí Dalaloyan levou a melhor. Xiao, campeão no ano passado, acabou com a prata.

Rússia e China, que já haviam brigado ponto a ponto pelo título por equipes, na segunda, também sobraram na final do individual geral. Tanto que outro russo terminou em terceiro, Nikita Nagornyy, e outro chinês em quarto: Wei Sun. Os dois países até teriam classificado um terceiro atleta para a final, se não houvesse o limite de dois por país.

Campeão olímpico e mundial dessa prova entre 2009 e 2016, o japonês Kohei Uchimura optou por não se apresentar em todos os aparelhos nas eliminatórias (focou em apenas três), ficando fora assim da competição do individual geral. No ano passado, por lesão, ele também não competiu.

O único brasileiro a participar da final do individual geral foi Caio Souza, que piorou sua nota em praticamente todos os aparelhos na comparação com as eliminatórias e terminou no 13º lugar. De qualquer forma, melhorou sua classificação na comparação com 2017, quando fora 15º. Ele somou 81,798 pontos, podendo chegar a 83,2 na soma das suas melhores notas do Mundial em cada aparelho (Caio se apresentou três vezes: eliminatórias, final por equipes e final individual). Seria suficiente para deixá-lo em nono.

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.