Topo

Olhar Olímpico

Brasil não repete atuação e fica em 7º por equipes no Mundial de Ginástica

Demétrio Vecchioli

29/10/2018 13h21

(RicardoBufolin/PanamericaPress/CBG)

O Brasil não conseguiu repetir a atuação da fase de classificação e terminou no sétimo lugar a final por equipes masculinas do Mundial de Ginástica Artística, nesta segunda-feira (29), em Doha. Entre os oito finalistas, o Brasil só ficou à frente da Holanda, depois de avançar à decisão em sexto. Assim, não conseguiu igualar os melhores resultados da história: sextos lugares no Mundial de 2014 e na Olimpíada do Rio. Repetiu o resultado do Mundial de 2015.

O ouro em Doha foi disputado ponto a ponto por Rússia e China, com vitória dos chineses, que somaram 256,634 pontos, contra 256,585 dos russos. Ou seja: o título foi definido por uma diferença menor do que uma penalidade mínima. Vale lembrar que a prova leva em consideração 18 apresentações – três atletas, em seis aparelhos. O Japão, com 253,744 pontos, ficou com o bronze. São os mesmos três países que foram ao pódio na Rio-2016, quando os japoneses venceram.

China, Rússia e Japão também já comemoram vaga na próxima Olimpíada, uma vez que este Mundial classificava os três primeiros. No ano que vem, na Alemanha, estarão em jogo outras nove vagas. A tendência é que EUA, Grã-Bretanha, Suíça, Brasil e Holanda, finalistas este ano, pintem como favoritos.

Na final desta segunda, o Brasil começou muito bem, fechando a primeira rotação em segundo lugar. É que a equipe começou a competição nas argolas, um dos seus principais aparelhos. Depois, naturalmente, perdeu posições. Especialmente depois da apresentação nas barras paralelas, quando os brasileiros tiveram um desempenho 2,7 pontos pior do que na fase de classificação: 42,3 contra 39,6.

Também no salto e no cavalo com alças o time formado por Arthur Zanetti, Arthur Nory, Chico Barretto, Lucas Bittencourt e Caio Souza foi pior na final do que na classificação. O resultado total também piorou: 246,961, contra 243,994. Tivesse repetido o desempenho das eliminatórias, terminaria à frente da Suíça, que ficou em sexto por 0,3 pontos, apenas.

O resultado reforça o novo papel do Brasil na ginástica masculina, desempenhado já durante o ciclo olímpico passado: ainda um passo atrás daquelas que são as cinco potências da modalidade: Rússia, China, Japão, EUA e Grã-Bretanha. No mesmo bolo que Suíça e Alemanha, principalmente.

O Brasil ainda disputa outras sete finais neste Mundial. Na terça, a equipe feminina tem chances reais (ainda que não seja favorita) de brigar por medalhas. Depois, Caio Souza, no masculino, e Flávia Saraiva e Jade Barbosa disputam as finais do individual geral. Caio não foi bem nesta segunda, perdendo 2,4 pontos na comparação com o resultado da fase de classificação, quando avançou em nono.

Como de costume, Arthur Zanetti teve a melhor nota nas argolas, repetindo os 15,033 da classificação, o que aumenta a expectativa por uma medalha na final do aparelho. Na classificação, ele só ficou abaixo do grego Eleftherios Petrounias, que não disputou a final por equipes. Já Arthur Nory foi muito bem na barra fixa, aparelho no qual fez final no Mundial de 2015. A nota de 14,2, se feita na classificação, teria o levado à final em Doha.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.