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Olhar Olímpico

Vice-campeão do NBB, Mogi teve jogador pego no doping na final

Demétrio Vecchioli

17/10/2018 12h01

Fabrício, ala do Mogi pego no doping (divulgação/LNB)

Atual vice-campeão do NBB, o Mogi das Cruzes/Helbor teve dois jogadores flagrados com substâncias dopantes durante a edição passada do torneio. Um deles, Fabrício Russo, testou positivo no jogo final da competição, contra o Paulistano, no dia 2 de junho. O ala foi suspenso preventivamente pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) e está impedido de jogar.

Fabrício ficou em quadra a maior parte daquela partida (24 minutos), ainda que não tenha sido titular da equipe que perdeu por 82 a 76 em casa. O ala fez três pontos (em uma bola de três), deu duas assistências e pegou cinco rebotes. Ao fim da partida, foi escolhido para o antidoping e testou positivo para prednisolona, um corticoide, além de seus metabólitos.

Além de Fabrício, o Mogi também teve seu principal jogador, o ala Shamell, pego no doping durante a competição. Como mostrou o Olhar Olímpico em junho, o norte-americano testou positivo em fevereiro, mas só teve seu caso revelado dois dias depois da final do NBB10, o que o permitiu jogar toda a reta final do torneio.

Fabrício e Shamell, ambos do Mogi, são os únicos casos de doping conhecidos do NBB10 até aqui. O torneio não tem um controle sistemático, em todos os jogos. Na edição anterior, o NBB9, por exemplo, foram realizados apenas 46 exames, em 260 partidas. A média é de menos de um exame a cada cinco jogos. Em média, apenas dois atletas de cada clube foram testados uma vez ao longo da temporada.

Cezar Lombardi, advogado do clube, alega que Fabrício utilizou a substância proibida por conta de um tratamento médica, para tratar a asma. "A figura do doping como utilização de substância proibida com finalidade de potencializar a performance do atleta não está presente", argumenta. O procedimento padrão, nesses casos, é o médico do clube solicitar à ABCD uma Autorização de Uso Terapêutico (AUT). Só com essa autorização é que os médicos podem receitar substâncias proibidas pelo código antidoping.

Shamell, que continua no elenco do Mogi, teve uma suspensão preventiva aplicada pela ABCD e, depois, retirada. Enquanto aguarda um julgamento, o norte-americano teve frustrada uma transferência, e continua no elenco mogiano. No fim de semana, com 21 pontos, liderou a equipe na vitória sobre o Paulistano na estreia do NBB11, por 85 a 75. O Mogi também argumenta que ele utilizou a substância proibida em tratamento médico.

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.