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Olhar Olímpico

Neto do 1º medalhista do boxe brasileiro repete avô e é bronze olímpico

Demétrio Vecchioli

17/10/2018 14h12

(Jonne Roriz/Exemplus/COB)

Luiz Gabriel Oliveira, mais conhecido como Bolinha, repetiu o feito do avô e conquistou, nesta quarta-feira (17), a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, que estão sendo disputados em Buenos Aires. Há cinquenta anos, na Olimpíada da Cidade do México, Servilio de Oliveira se tornou o primeiro medalhista do boxe brasileiro. Até 2012, foi também o único.

"É um sonho que consegui realizar. Isso vai ficar para a história: eu conseguir a mesma medalha do que ele, cinquenta anos depois", comentou Bolinha, logo após a luta disputada no Pavilhão Oceania. Na disputa pelo bronze, ele atropelou o irlandês Dean Patrick Clancy, vencendo nos três rounds por decisão unânime dos cinco juízes – todos deram contagem de 30 x 27.

A Olimpíada da Juventude, que termina na quinta-feira, está em sua terceira edição. Realizada pela primeira vez em 2010, ela reúne atletas que têm entre 15 e 18 anos. Mais enxuta, conta com seletivas regionais que filtram um número restrito de atletas por provas. No boxe, por exemplo, havia seis atletas em Buenos Aires por categoria, apenas. Os demais ficaram pelo caminho nas seletivas.

Para chegar à medalha, Bolinha não precisou lutar na primeira rodada, vencendo o afegão Sultan Naeemi por W.O. Na semifinal, foi derrotado pelo tailandês Sarawut Sukthet. Já nesta quarta, na disputa pelo bronze, passou por Clancy.

A medalha é a segunda conquistada por Bolinha em um intervalo de dois meses.No final de agosto, ele também foi bronze no Mundial da Juventude de Boxe, disputado em Budapeste (Hungria). Naquele torneio, só foi derrotado na semifinal, pelo britânico Ivan Price, campeão olímpico em Buenos Aires e vice no Mundial.

O Olhar Olímpico entrevistou Bolinha em julho, quando ele disse que a meta era conquistar medalha nas duas competições e tentar chegar aos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ele luta na categoria até 52kg, a mesma que consagrou o avô.

"Ele sempre me mostrou a medalha. No início eu não entendia muito, mas fui entendendo, e queria uma igual a dele. Ele sempre fala para mim e para todos os atletas que eu tinha condições de chegar no mesmo nível que ele. A gente trabalha duro. Vou fazer uma chamada de vídeo e mostrar para ele a medalha. Dá uma vontade de chorar", revelou após faturar a medalha.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.