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Olhar Olímpico

Queniano corre com só um pé de tênis e vence principal prova do ano

Demétrio Vecchioli

30/08/2018 17h09

(Reprodução/IAAF)Conseslus Kipruto foi o grande nome da etapa de Zurique (Suíça) da Liga Diamante, nesta quinta-feira (30), principal competição da temporada 2018 no atletismo. Não exatamente por ter vencido os 3.000m com obstáculos, mas pela forma que o fez: correndo a última volta com apenas um pé de tênis.

Com uma premiação de US$ 50 mil por prova, a etapa de Zurique reuniu apenas os melhores da temporada. No caso dos 3.000m com obstáculos, 14 atleta, sendo oito quenianos. Kipruto estava preso em um bolo de atletas quando um rival pisou em seu pé esquerdo – algo comum em provas assim, em que todos utilizam a mesma raia – e arrancou seu tênis.

Mesmo assim, Kipruto não abriu mão da estratégia. Depois de correr a prova inteira entre o segundo e o quarto lugares, acelerou na ultima volta para alcançar o marroquino  Soufiane El Bakkali, líder do ranking mundial. Tirou meio segundo de desvantagem nos últimos 300 metros e ganhou a prova de forma impressionante. Na temporada, ele também já havia vencido em Roma (Itália) e em Birmingham (Inglaterra)

Darlan

Cada etapa da Diamond League só consegue realizar metade das provas existentes no calendário internacional do atletismo. Assim, o Finals também foi dividido em dois. Nesta quinta (30), metade das provas acontece em Zurique. Na sexta, a outra metade em Bruxelas, na Bélgica. Cada uma delas distribuiu US$ 50 mil ao campeão.

Neste primeiro dia, o Brasil só participou no arremesso de peso. Darlan Romani fez excelente prova e ficou em quarto lugar, com 21,94m, a um centímetro do recorde sul-americano, dele mesmo. Com essa marca, ele seria no mínimo prata em qualquer Mundial e Olimpíada da história.

O problema é que os três primeiros fizeram uma prova ainda melhor. Tomas Walsh, da Nova Zelândia, fez a melhor marca da história da Liga Diamante: 22,60m. Ele foi seguido de dois norte-americanos: Darrell Hill  (22,40m) e Ryan Crouser (22,18m).

Em Bruxelas, na sexta, competem Thiago Braz (salto com vara) e Andressa Oliveira de Morais (lançamento do disco). Almir Junior teria direito a participar no salto triplo, mas já deu por encerrada a temporada, depois de se recuperar de uma lesão no pé. Quer descansar para brigar por título mundial no ano que vem.

Novo Bolt

Anote esse nome: Noah Lyles. O norte-americano de apenas 21 anos venceu os 200m com o tempo de 19s67, ficando a dois centésimos do seu recorde pessoal. Foi a quarta vez no ano que ele correu abaixo de 19s7, igualando o desempenho de Usain Bolt no seu auge na prova, em 2009. O jamaicano, por sua vez, só foi baixar de 19s7 nos 200m perto de completar 22 anos. Como comparação, Justin Gatlin só fez isso duas vezes na carreira.

Outro forte candidato a novo ídolo do atletismo, o sul-africano Luvo Manyonga ganhou o salto em distância, com 8,36m, enquanto sua compatriota Caster Semenya ganhou os 800m – ela não perde uma prova há anos.

 

 

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.