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Olhar Olímpico

Troféu José Finkel começa sem índices para o Mundial de Piscina Curta

Demétrio Vecchioli

24/08/2018 19h47

Três brasileiros fizeram as melhores marcas do mundo em suas provas, nesta sexta-feira (24), no primeiro dia de disputas do Troféu José Finkel de Natação, no Pinheiros, em São Paulo. Mas isso não quer dizer muita coisa, uma vez que a temporada em piscina curta no mundo todo está apenas começando. Mais importante é dizer que nenhum índice para o Mundial de Piscina Curta foi estabelecido.

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) traçou critérios peculiares. Apresentou uma tabela de índices fortes, equivalentes ao terceiro tempo das eliminatórias do Mundial de 2016 – eles são realizados a cada dois anos. Mas avisou que mesmo quem não tiver índice poderá ser convocado. Serão escolhidos os 20 melhores índices técnicos (pontuação numérica definida por tabela preestabelecida), com no máximo dois atletas por prova.

Assim, a métrica é que nenhum brasileiro fez marcas que os colocariam entre os três primeiros das eliminatórias do Mundial passado – logo, ninguém mostrou nível para brigar por medalha. Mesmo assim, houve resultados bons, como de Fernando Scheffer, que bateu o recorde sul-americano dos 400m livre: 3min40s87. O antigo recorde era de Cristian Quintero, da Venezuela: com 3min41s67.  Breno Correia também foi mais rápido que o antigo recorde, em dois centésimos.

Nos 100m peito para mulheres, vitória de Jhennifer Conceição, com 1min05s69, também novo recorde continental. Antiga recordista, Carolyne MAzzo repetiu o tempo de 1min05s89 feito em julho, num torneio regional, mas desta vez ficou em segundo.

Vinicius Lanza não chegou a bater recordes nos 100m borboleta – que continuam sendo da época dos trajes tecnológicos -, mas sua marca de 50s17 é relevante. No Mundial passado, ele seria sexto colocado. O índice, porém, era 49s84.

Outra marca importante foi registrada nos 4x100m livre. Marcelo Chierighini, Cesar Cielo, Gabriel Santos e Pedro Spajari levaram o Pinheiros à vitória com o tempo de 3min06s82, novo recorde de campeonato. Os quatro são a base da seleção brasileira que deve brigar por medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Só Spajari não estava no time que foi prata no Mundial do ano passado e só Cielo não fez parte da equipe campeão do Pan-Pacífico, no início do mês.

Pela manhã, o novato Diego Prado, de 18 anos, nadou sete centésimos abaixo do índice nos 100m peito: 56s93. Mas, na final, ficou apenas na quinta colocação. Desde o ano passado a CBDA só aceita os resultados feitos na final. Nesta sexta, a prova foi vencida por Felipe Lima. João Luiz Gomes Jr ficou em segundo e ainda tem chances de ir ao Mundial. Felipe França, em terceiro, terá que tentar a sorte nos 50m.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.