TRE pode barrar torcedor que lançou candidatura como "Diego Lugano"
O eleitor paulista pode ter a chance de depositar na urna eletrônica o nome de um dos maiores ídolos da torcida do São Paulo. O que não significa que estará votando nele. Diego Lugano é candidato a deputado estadual pelo Solidariedade, mas ele não é quem você está pensando. E nem se chama Diego Lugano.
Diego Rodrigo Neves Magalhaes é torcedor fanático – a nada discreta tatuagem que cobre a maior parte das suas costas não deixa dúvida disso. E também zagueiro de um clube de várzea de segundo nível de Taubaté, no interior de São Paulo. "O Lugano já era ídolo no São Paulo e o pessoal da várzea associou meu nome com o fato de eu também ser zagueiro. Começaram a me chamar de Diego Lugano e o nome pegou", diz o candidato, que é educador físico.
Isso foi em 2008, quando Lugano já havia era ídolo histórico do São Paulo. E também do outro Diego Lugano, que em janeiro de 2016 foi até o Aeroporto Internacional de Guarulhos para receber o uruguaio de volta. Tentou de tudo para se apresentar, agradecer pelo apelido, entregar uma camisa, mas não foi ouvido. As mensagens enviadas pelo Instagram também nunca foram respondidas.
Mas o Diego Lugano de Taubaté também espera se tornar famoso, elegendo-se para deputado estadual, com uma plataforma que vai do social ao incentivo ao esporte. A vida política começou em 2010, como assessor de um vereador de Taubaté. Ficou até 2016, quando o chefe não conseguiu a reeleição. No ano seguinte, assumiu a presidência da Liga Municipal de Futebol de Taubaté, que conta com três divisões. Por estatuto, precisou parar de jogar pelo Esplanada Santa Terezinha, time da Segundona que ele mesmo fundou, e se transferiu para um time de uma cidade vizinha.
Em casa guarda como relíquia uma coleção de camisas de temporadas anteriores. Sempre com o número 5 e, nas costas, o nome "Diego Lugano". Todas foram devidamente fotografadas e enviadas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), que entrou em contato com ele na segunda-feira para avisar que o nome de urna poderia não vir a ser aprovado.
De acordo com o tribunal, após o recebimento da documentação, o TRE verifica se o candidato preenche os requisitos de elegibilidade e examina os documentos apresentados. Sobre o nome de urna, a Lei das Eleições permite que as "varições nominais" englobem "prenome, sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido ou nome pelo qual é mais conhecido", desde que "não se estabeleça dúvida quanto à sua identidade".
"Todo mundo me chama de Lugano", argumenta Diego, que já apresentou ao advogado do partido as provas de que o apelido não foi criado agora, incluindo seu cartão de visita com o nome Diego Lugano. "Não foi uma jogada de marketing", diz o desconhecido candidato, que não tem usado qualquer referência ao São Paulo ou ao ex-zagueiro uruguaio em seu material online de campanha.
O Olhar Olímpico procurou a Procuradoria Regional Eleitoral, ligada ao Ministério Público Federal de São Paulo, que disse ter como foco principal a análise dos registros dos candidatos para fazer cumprir a Lei da Ficha Limpa. Assim, avisou que cabe ao TRE-SP fazer um julgamento do caso de Diego Lugano e decidir sobre regularidade de sua candidatura.
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