Zanetti brilha no Brasileiro e vira concorrente a medalha também no solo
Os melhores ginastas do país passaram, no fim de semana, pelo teste mais importante antes do Mundial de Doha, que será disputado em outubro. Mais do que apontar os novos campeões nacionais, o Campeonato Brasileiro, em Santos (SP), serviu para ajudar a comissão técnica a escolher os convocados e para mostrar o potencial do time, que não ganhou nenhuma medalha no Mundial do ano passado e teve, no Brasileiro, seis resultados dignos de pódio no Qatar.
No masculino, Arthur Zanetti deu show. Nas argolas, a nota dele (15,350) é só um pouco inferior à que levou o grego Eleftherios Petrounias, seu grande rival, que ganhar o Europeu, há quinze dias, com 15,466. Na falta de outra competição que reúna os melhores do mundo, a comparação dos resultados do Europeu, do Campeonato Norte-Americano (também realizado no domingo) e dos Jogos Asiáticos (começou nesta segunda) é a melhor forma para medir os resultados dos brasileiros.
Para Zanetti, a conclusão é clara: ele está de novo na briga pelo posto de melhor do mundo, depois de um sétimo lugar no Mundial do ano passado, quando voltava de lesão. Mas essa não é o único motivo de comemoração. O ginasta de São Caetano também venceu no solo, com 14,550. É um resultado que valeria ouro no Campeonato Norte-Americano – nos EUA, cada atleta se apresenta duas vezes por aparelho, e Sam Mikulak teve média exatamente de 14,550 – e prata no Europeu, atrás do britânico Dominick Cunningham, que fez 14,666. Repetindo esse desempenho no Mundial, a briga é direta por duas medalhas.
Em Santos, Zanetti ainda foi bronze no salto, o que fez dele o ginasta mais completo da competição, único a subir ao pódio em três provas. Leonardo Santos, Lucas Bitencourt e Chico Barretto faturaram duas medalhas cada, numa competição em que 13 atletas dividiram 18 medalhas possíveis por aparelhos.
Seis chances no Mundial – por enquanto
Entre os homens, Francisco Barreto também foi bem na barra fixa. A nota de 14,600 valeria prata no Europeu (o suíço Oliver Hegi fez 14,700) e o ouro no Norte-Americano – Sam Mikulak fez 14,700 numa apresentação e 13,700 na outra.
No feminino, o grande destaque foi Flávia Saraiva. Ela venceu na trave com a nota 14,300, resultado que valeria o ouro no Campeonato Europeu, disputado a 15 dias, e prata ou bronze no Campeonato Norte-Americano. Num patamar acima, só Simone Biles, que tirou 14,9 e 15,2 no aparelho.
Thais Fidelis, no solo, também foi bem. Em seu segundo ano na categoria adulta, ela venceu em Santos com nota 13,750, que lhe valeria a prata no Europeu, por 0,016. Nos EUA ela seria quinta colocada – mas, no Mundial, cada país só tem duas representante por final. Com 13,500, Flávia Saraiva, prata no Brasileiro, também faria jus a estas duas posições.
Nem tudo são flores
Nas paralelas assimétricas, Jade Barbosa (13,200) teve desempenho muito abaixo das finalistas do Europeu, enquanto que, no salto, Isabelle Cruz (13.800) também não chegaria à final continental. Já no individual-geral, os resultados não foram brilhantes. Flavinha ganhou com 53,150, seguida Jade Barbosa (53,050) e Thais Fidélis (51,950). Campeã na primeira etapa com 54,300, Daniele Hypolito desta vez ficou em quarto (51,750). São notas que não permitem sonhar com resultados expressivos em competições grandes.
No individual geral, o cenário é o mesmo do feminino. Lucas Bitencourt (82,650) e Francisco Barreto (82,350) foram os dois primeiros, com resultados que os deixariam em sexto nos Jogos Asiáticos (a prova foi a única já realizada) e em sétimo nos EUA.
Voltando de lesão, Caio Souza ganhou no salto com 14,225, o que o permitiria entrar na final do Europeu, mas não pensar em medalhas. Felipe Ferreira venceu no cavalo com alças, com 13,875 pontos, longe de ficar entre os 10 melhores da Europa, mesma situação dos 14,050 pontos de Péricles Silva nas barras assimétricas.
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