Cielo cobra nova gestão da CBDA e diz que não se vê em Tóquio
A carreira de Cesar Cielo está cada vez mais próxima do fim. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (8), em São Paulo, o ainda recordista mundial dos 100m e dos 50m livre admitiu que não se vê disputando a Olimpíada de Tóquio, em 2020. O nadador de 31 anos tem contrato com o Pinheiros, clube que o revelou, apenas até o final do ano e cada vez mais se dedica à própria empresa de comércio de materiais esportivos.
"Estou levando temporada a temporada. Hoje não me vejo em 2020. Não faz parte dos meus objetivos hoje. Se eu conseguir um bom resultado esse ano a gente vai para mais uma temporada. Se meu corpo permitir também. Sobre 2020, zero promessas. O que posso prometer é que enquanto estiver na piscina vou me dedicar 120%. Só não sei até quando vai durar", admitiu. "Meu objetivo ainda é o Mundial de dezembro e no Natal eu repenso os próximos passos."
Cielo, que passou por um fim de 2016 sabático e voltou a nadar no ano passado, chegou a disputar o Mundial de Natação no ano passado, em Budapeste, ajudando o Brasil a conquistar a prata no revezamento 4x100m livre e disputando a final dos 50m livre. Este ano, traçou como meta disputar o Mundial de Piscina Curta, que será no fim do ano, na China.
Diante dessa meta, avisou antes mesmo do Troféu Brasil que não pretendia disputar o Troféu Pan-Pacífico mesmo se conquistasse vaga. Não conquistou e continuou treinando visando o Mundial de Piscina Curta. Para isso, precisa se classificar pelo Troféu José Finkel, que vai acontecer entre 24 e 28 de agosto, no clube Pinheiros. A expectativa por uma vaga na seleção é alta, até porque os demais melhores do país estarão cansados depois de disputar o Pan-Pacífico no Japão – o torneio começa esta noite, pelo horário brasileiro.
Críticas
Num momento em que estava afastado das piscinas, no fim de 2016, Cielo apoiou o lançamento da candidatura de Miguel Cagnoni, ex-presidente da Federação Aquática Paulista, para ser presidente da CBDA. Com o apoio de Cielo e dos principais nadadores do país, Miguel, então na oposição, ganhou a presidência da confederação. Mas seu trabalho não tem agradado o campeão olímpico.
"Teve uma mudança da CBDA, mas é uma mudança que meio que é no papel. A gente não tá sentindo efetivamente na prática. A gente apoiou essa chapa para sentir as mudanças e a evolução do esporte. Até onde vai a gravidade do que aconteceu no passado eu não sei dizer. A gente está esperando mudanças que não vieram até agora. Se continuar do jeito que tá, a gente vai ter cada vez menos nadadores, cada vez menos clubes investindo na natação", criticou, afirmando ainda que" a natação está passando por um momento muito ruim" e que a modalidade vai precisar de ex-atletas como ele deverá virar no futuro.
Questionado sobre que mudanças seriam importantes neste momento, ele atacou o fato de o Brasil ter três campeonatos nacionais de natação, todos de cinco dias de duração. "Você força o clube a manter a equipe cinco dias fora de casa, com transporte, alimentação, hospedagem", apontou.
No entendimento dele, as competições nacionais que não são seletivas poderiam ser mais curtas, de dois ou três dias. "O Aberto da França, por exemplo, é em só dois dias", lembrou. Hoje, o Brasil tem o Troféu Brasil no primeiro semestre (foi classificatório para o Pan-Pac), o Finkel em agosto (classificatório para o Mundial de Piscina Curta) e o Open em dezembro. Desde 2015 este torneio não classifica para nenhuma competição e este ano será assim de novo.
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