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Olhar Olímpico

Russa perde ouro por doping e Semenya será bicampeã olímpica

Demétrio Vecchioli

07/08/2018 15h22

Caster Semenya, fundista sul-africana (Athit Perawongmetha/Reuters)

Uma das mais importantes atletas da atualidade, Caster Semenya já pode se dizer bicampeã olímpica. Nesta terça-feira, a AIU Athletics, entidade responsável pelo controle de doping no atletismo, anunciou que recebeu da Corte Arbitral do Esporte (CAS) a decisão sobre a apelação da russa Maria Farnisova, negando recurso – Farnisova usava seu nome de solteira, Savinova.

Como o CAS é reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como a instância jurídica máxima do esporte, agora é apenas uma questão de formalidade para que Farnisova receba a determinação de devovler a medalha de ouro conquistada nos 800m nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Formalmente, ela foi suspensa retroativamente entre julho de 2010 e agosto de 2013, perdendo todos os resultados obtidos no período.

Com a retirada da medalha de Farnisova, a sul-africana Caster Semenya será promovida a campeã olímpica de 2012, assim como a campeã mundial de 2011 – ela também foi campeã olímpica na Rio-20216 e Mundial em Berlim-2009 e Daegu-2011. Yvonne Hak, vice no Campeonato Europeu de 2010, também vai subir um degrau no pódio.

"A atleta distorceu várias competições de alto nível, prejudicando muitos outros atletas e violado as regras aplicáveis em várias ocasiões, usando várias substâncias diferentes, e o fez com pleno conhecimento das circunstâncias", disse CAS em sua decisão sobre Farnisova. "A integridade geral do atletismo tem sofrido muito com o comportamento do atleta.

Savinova foi uma das protagonistas do escândalo de doping no atletismo russo. No documentário exibido no final de 2014 por um canal de televisão alemão, que pela primeira vez detalhou o esquema, a fundista foi filmada usando esteróides anabolizantes proibidos. Desde então ela está suspensa pela IAAF. No ano seguinte, os exames colhidos por ela em Londres-2012 foram reabertos.

Terceira colocada naquela final olímpica de 2012, a russa Ekaterina Poistogova também foi suspensa por doping em 2015, mas em uma punição retroativa a 2014, apenas. Com isso isso, ela não perde a medalha, que agora será de prata. O bronze fica com Pamela Jelimo, do Quênia.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.