COB tem nova diretora de comunicação em busca por patrocinadores

Manoela Penna, nova diretora de comunicação e marketing do COB (divulgação)

A jornalista Manoela Penna assumiu, nesta segunda-feira, como nova diretora de comunicação e marketing do Comitê Olímpico do Brasil (COB). A contratação era especulada desde que Paulo Wanderley assumiu a presidência do COB, em novembro. Ao longo dos últimos 16 anos ela cuidou da comunicação da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), presidida por Paulo Wanderley até o ano passado.

Com passagem pela redação do Lance!, Manoela fundou em 2002 a Media Guide, que logo se tornou uma das principais assessorias de imprensa do segmento esportivo no Brasil. Só depois da Copa do Mundo, diz, foi oficialmente convidada para o cargo por Paulo Wanderley. Na sexta-feira, ao sair da sociedade, deixou a empresa com as contas de cinco confederações ligadas ao COB, entre elas a do judô.

"Sempre me senti muito parte do COB. Sempre trabalhei muito em parceria com o COB, seja através de patrocinadores, seja pelas mais de uma dezena de confederações com quem trabalhei nesse período", lembrou Manoela, em entrevista ao Olhar Olímpico. Seu antigo sócio, Diogo Mourão, também já havia deixado a sociedade para assumir cargo semelhante no Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB).

No novo cargo, Manoela, que é atleta máster de remo, não apenas vai cuidar da comunicação do COB e do contato com jornalistas, como também será responsável pela área de marketing. Ou seja: terá a missão de buscar novos patrocinadores para o comitê, que hoje não tem nenhum contrato que lhe renda recursos financeiros – apenas permutas.

"Embora minha função fosse de relações públicas na Media Guide, sempre estive perto da área de marketing. A gente fazia muito de trocar oportunidades, ativar rede de relacionamentos, de repente pegar um cliente que patrocinava outro cliente e colocar em contato. Realmente tenho uma relação próxima com o mercado, com as empresas. Tive relação com os maiores patrocinadores do esporte olímpico brasileiro. Faço muitos eventos com a Caixa, Ambev, Claro, Bradesco…", lembrou.

De fato, nos últimos anos tem sido comum o relacionamento entre os clientes dela. Um exemplo: o Pacto pelo Esporte nasceu de conversas entre os presidentes do Comitê Paraolímpico e das confederações de rúgbi e esportes na neve. O laço em comum entre eles era a Media Guide. Da mesma forma, o Bradesco, outro cliente da agência, patrocina as confederações de judô, vela e rúgbi, todas clientes dela.

A ideia é aproveitar essa rede de contatos. "A iniciativa privada tem que ser mais bem explorada. O Time Brasil é um diamante bruto. Proporciona engajamento, é multirracial, fala com gente alta, baixa, gorda, magra, do Nordeste, Sudeste. Ele atende todos os desafios de comunicação", diz Manoela, que admite que não há tempo a perder.

"Vamos trocar a roda do carro com o carro andando. Claro que seria lindo começar 2017 com patrocínio, mas o ciclo olímpico, para o marketing, é de dois anos. Vamos trabalhar para que isso não aconteça mais. Queremos parcerias longas."

Na área de comunicação, Manoela diz que quer fazer o COB um hub de comunicação para as confederações. "Já pedi que seja feito um mapa de todas as confederações: se tem assessoria, qual o site, qual Instagram. Vamos fazer encontros, um fórum digital. Não dá para imaginar que uma confederação pequena como hóquei, que não tem tradição olímpica, tenha o mesmo estilo de comunicação da CBF. Tem que ter modelos P, M e G. A ideia é que a gente faça junto", explicou.

Antes de Manoela assumir, o COB demitiu o seu antigo gerente de comunicação, Cláudio Motta, que estava no COB havia 19 anos. Um substituto deverá ser apontado até o fim do ano. Já a gerente de marketing, Miriam D'Agostini, continua no cargo.

A cadeira agora ocupada por ela estava vaga desde que o general Augusto Heleno pediu demissão do cargo, em meio à polêmica prisão de Carlos Arthur Nuzman, no ano passado. Ele, porém, cuidava mais da área de educação, que estava sob o mesmo guarda-chuva.