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Olhar Olímpico

Ryan Lochte posta foto tomando injeção e é suspenso por doping

Demétrio Vecchioli

23/07/2018 13h51

Ryan Lochte (reprodução/Instagram)

Um dos maiores nomes da natação mundial em todos os tempos, Ryan Lochte esperava voltar esta semana a nadar em alto-rendimento, dois anos depois de ser suspenso por uma confusão causada na Rio-2016. Mas, nesta segunda-feira (23), a agência antidoping dos Estados Unidos, a USADA, anunciou que o nadador está suspenso até julho de 2019 por violação das regras antidoping.

Mais uma vez, assim como aconteceu na Olimpíada, Lochte depôs contra si mesmo. Desta vez, porque publicou em suas redes sociais, em maio, uma foto recebendo uma injeção intravenosa. Pelas regras antidoping, ele só poderia levar uma injeção em caso de internação hospitalar ou se a mesma tivesse sido aprovada previamente pela USADA, o que não ocorreu.


A investigação da agência antidoping determinou que a substância injetada não era proibida – ou seja, Lochte não se dopou. Mesmo assim, a prática é proibida, o nadador a revelou para o mundo todo pelas redes sociais (a foto depois foi apagada), de forma que não houve como escapar de uma punição de 14 meses, retroativa a maio. Segundo a USADA, ele cooperou com as investigações.

De acordo com a agência de notícias The Associated Press (AP), punições por injeção são extremamente raras nos EUA. A USADA só havia punido por isso outros dois atletas na história, por seis e 14 meses, respectivamente. Da mesma forma, nos últimos 10 anos, nenhum outro nadador havia sido suspenso nos Estados Unidos por mais de um ano.

Lochte, que estava inscrito para nadar quatro provas no campeonato nacional norte-americano, que começa na quarta-feira, pretendia obter vaga para disputar o Pan-Pacífico, principal torneio da temporada. Também seria a volta dele à seleção norte-americana dois anos depois da Rio-2016.

Na Olimpíada, ele disse à imprensa que teria sido vítima de um assalto na volta de um evento noturno à Vila Olímpica, mas depois descobriu-se que Lochte e um grupo de nadadores depredou um posto de gasolina. Ali, ele foi suspenso pela federação nacional de natação, perdendo inclusive direito à premiação referente aos Jogos.

Sem poder disputar a seletiva para o Mundial do ano passado, Lochte apelou para o seu lado celebridade, participando inclusive da versão local do reality Dança dos Famosos. A dois anos de Tóquio-2020, porém, pretendia voltar de vez a nadar em alto rendimento.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.