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Olhar Olímpico

Após Copa, COB espera que patrocinadores olhem para o esporte olímpico

Demétrio Vecchioli

23/07/2018 12h01

(Alexandre Castello Branco/COB)

Faltando dois anos para o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, e um para o Pan de Lima, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) apresentou, nesta segunda-feira, parte do seu planejamento para as duas competições. Mas deixou claro que tudo passa pela capacidade de investimento financeiro do comitê, que cortou gastos administrativos, mas ainda sofre para encontrar patrocinadores privados.

Tóquio-2020 começa a vender ingressos, que custam a partir de R$ 85

Hoje, os poucos recursos privados do COB vêm de um mecanismo de transferência do Comitê Olímpico Internacional (COI). Todos os patrocinadores e apoiadores têm contrato de permuta, o que reduz custos administrativos e logísticos, ajuda a ampliar a exposição da marca, mas não dá um dinheiro direto para colocar na preparação.

O COB, porém, espera que esse cenário mude a partir de agora. "O olhos dos patrocinadores privados estavam voltados para a Copa e a gente entende que agora as empresas voltarão os olhos para Tóquio, que é o principal evento no horizonte dos próximos dois anos. A gente espera isso para poder manter os investimentos nos próximos dois anos", comentou Rogério Sampaio, diretor geral do COB, em entrevista coletiva. Em 2018, o comitê pretende investir R$ 158 milhões em preparação de atletas.

O evento, realizado no auditório do COB, no Rio, serviu inclusive para voltar a colocar o esporte olímpico em pauta, num movimento que combina com o dos organizadores de Tóquio-2020. Desde que acabou a Copa do Mundo, já foram divulgados o calendário dos Jogos, preços dos ingressos e os nomes dos mascotes olímpicos. Tudo para ajudar a colocar a Olimpíada em evidência.

Pan

Na próxima quinta-feira, Lima celebra o marco de um ano para a próxima edição do Pan. Questionado na entrevista coletiva, o diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara, deixou claro que a prioridade do comitê não será uma meta de medalhas, mas de aproveitar o Pan para classificar o maior número de atletas para Tóquio.

"Também queremos dar experiência para algumas modalidades pensando em Tóquio. A gente fez isso em Toronto, quando decidimos com levar a Martine e a Kahena mesmo não sendo condição favorável. A gente queria dar essa experiência multi-esportiva para elas", lembrou Bichara. Um ano depois, elas ganharam o ouro na Olimpíada.

Voltando à Olimpíada, ele avisou que só no fim de 2019 é que o COB vai decidir se fará ou não uma meta de medalhas e se irá torná-la pública. "Meta a gente só vai trabalhar com divulgação após o final do ano de 2019. Após término de todos os Mundiais vamos discutir apresentação de metas", disse Bichara, ressaltando que, na história olímpica, só a Grã-Bretanha, na Rio-2016, conseguiu evoluir depois de realizar uma Olimpíada em casa. Ou seja: será muito difícil para o Brasil evoluir na comparação com os Jogos que sediou.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.